Consumo de carne de boi na Argentina cai ao menor nível em 100 anos

A causa é a inflação, que corrói o poder de compra dos argentinos. Eles agora optam por carne de porco e frango.

A causa é a inflação, que corrói o poder de compra dos argentinos. Eles agora optam por carne de porco e frango.

A Argentina é um dos países em que há maior consumo de carne bovina no mundo, depois dos Estados Unidos. Mas a situação está mudando.

Com uma inflação que já chegou a 40%, até outubro, e com os preços da carne em alta, os argentinos estão mudando o cardápio, aumentando o consumo de carnes de porco e de frango, mais baratas, como informa o portal Misiones On Line.

O portal se baseia em estudo da câmara que reúne os frigoríficos argentinos, segundo o qual a Argentina registrou, em outubro, o consumo de 47 quilos per capita, uma queda de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano passado e um dos índices mais baixos em 100 anos.

Em 2008, cada argentino, em média, “devorava” 69 quilos de carne por ano.

A situação da economia fez com que o consumo de carne de frango fique semelhante ao de bovina, com 46,5/47 quilos per capita. Já a de porco fica em torno de 20,5 quilos por habitantes.

NO BRASIL

Queda no consumo dos brasileiros. Fonte: Farmnews/USDA

Também um dos grandes consumidores de carne bovina no mundo, o Brasil registrou o índice de 35,95 kg per capita em 2020, uma queda de 4,3% em relação ao ano anterior, provocada pela pandemia de covid-19.

O consumo vem caindo desde 2012, ano em que chegou a 39,34 quilos per capita, conforme o portal Farmnews, baseado em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

E a queda no consumo também se deve ao preço da carne bovina, muito alto para o padrão aquisitivo da maioria dos brasileiros.

NO MUNDO

A queda nas vendas de carne bovina, devido aos altos preços, tornou-se um fenômeno mundial, este ano.

A agência Bloomberg noticiou uma queda de 12% nas vendas de carne em supermercados dos Estados Unidos, na comparação com o ano passado. Na Europa, a demanda geral por carne bovina deve cair 1% este ano.

O desestímulo à demanda é a escalada de preços, que começou em outubro do ano passado, provocada pela queda no fornecimento global de rações animais e por interrupções na cadeia de abastecimento provocadas pela pandemia.

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