Após recuar ao patamar de 2015, recuperação do emprego ainda patina em Foz 

Cidade começou 2020 no vermelho e teve saldo negativo em sete dos nove primeiros meses do ano; em setembro, foram 221 vagas criadas.

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H2FOZ – Paulo Bogler

Demorou, mas Foz do Iguaçu estancou o derretimento do mercado formal de trabalho. Após sete meses consecutivos fechando no vermelho, a cidade registrou em setembro saldo positivo na balança do emprego (admissões x demissões). É um alento diante do estrago ocorrido durante a pandemia, com a sangria do estoque de carteiras assinadas.

O resultado em setembro merece ser comemorado com cautela, uma vez comparado com a rápida recuperação econômica Paraná afora. Em junho, cinco das dez cidades mais geradoras de emprego já mostravam capacidade de superar a crise econômica provocada pela covid-19. Aliás, naquele mês, a maioria dos municípios paranaenses já respirava aliviada (para ser exato, 202 dos 399).

Em outras palavras, das dez cidades do estado com o maior número de vagas, Foz do Iguaçu é a que mais tempo permaneceu no vermelho, registrando saldo negativo em sete dos nove primeiros meses deste ano. Nesse ranking, o segundo pior desempenho foi o de Pinhais, que contabilizou déficit por cinco meses (CLIQUE AQUI ou veja gráfico abaixo). 

Ainda comparando as dez cidades desse grupo, sete delas passaram a gerar novos empregos já no mês de julho; em agosto, oito obtinham saldo positivo de contratações. Desde o início da pandemia, em Foz do Iguaçu, o número de admissões só voltou a ser superior ao de demissões em setembro (colocando-a como última das dez a registrar um mês positivo).

Saldo negativo no ano sangra mercado formal

O tempo de resposta para estancar a crise tem reflexo direto no mercado de trabalho formal. Das 59.975 carteiras assinadas no começo do ano, 6.427 evaporaram de janeiro a setembro. Assim, a cidade hoje tem em torno de 53,5 mil pessoas registradas – mesma realidade de 2015, quando o município tinha 53 mil trabalhadores formais (ver gráfico).
 

 

A questão que se coloca com base nas informações do Ministério da Economia é quanto à capacidade de recuperação de empregos. O desafio se torna ainda maior diante do impacto da pandemia na economia local. À exceção de Curitiba, Foz do Iguaçu é a cidade do Paraná que mais perdeu postos de trabalho neste ano: 6.427. 

O resultado (ainda que parcial) projeta histórico saldo anual negativo. Até então o pior ano da série é 2002, com déficit de 1.147 vagas de emprego. Cenário diferente da maioria dos municípios do estado. Em todo o Paraná, neste ano, 260 cidades já apresentam saldo positivo, e nove estão em equilíbrio (sem criar ou perder vagas). Foz está no grupo dos 130 municípios paranaenses com balanço negativo no acumulado do ano.

 

 

 

Emprego, inclusão e renda

As condições de trabalho em Foz do Iguaçu devem ser consideradas no contexto de políticas de inserção social da população. Dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, de julho deste ano, revelam que quase um entre quatro iguaçuenses precisou do auxílio emergencial para enfrentar os efeitos econômicos e sociais da pandemia. 

Recorreram ao benefício pago pelo governo federal 61.524 moradores da cidade. Esse valor, mensal e temporário, é destinado a quem perdeu emprego, microempreendedores, trabalhadores autônomos e pessoas de baixa renda. A última parcela do auxílio emergencial, que foi reduzido para a metade, caindo de R$ 600 para R$ 300, será paga em dezembro. 

Dos que obtiveram o recurso em Foz do Iguaçu:

– 10.080 são beneficiários do Programa Bolsa Família;
– 16.646 estão inscritos no cadastro único do governo federal (CadÚnico); e 
– 34.798 são beneficiários em geral, que atendem aos requisitos e critérios estabelecidos.

 

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