Vamos ‘plantar’ água ?

Lembram da época em que éramos crianças e chovia e as poças de água permaneciam? Agora, ou seca ou alaga,, rapidamente, tudo de uma vez só.

Por: Aida Franco de Lima

O tempo está muito seco, quente, os rios pedindo socorro, o mar não está para peixe, está para o lixo! A coisa não anda bem… Será o fim dos tempos? Quando eu era criança, perguntava para meu pai se o mundo ia acabar. Era minha maior preocupação. E ele dizia que acabava pra quem morria… E se a natureza acabar, será que o ser humano vai ficar para semente? Eu sei, é um assunto delicado, chato. Mas as mudanças climáticas nem estão batendo mais à nossa porta, já estão na sala de estar. Na poltrona principal. Leram sobre a nevasca nos EUA? Aqui no sul do Brasil refrescou, fez 22 graus, enquanto que no dia anterior estava 39.

E o que fazer? Como a pessoa, que se preocupa com o Planeta pode agir? Agindo. Tem um problema ambiental, fale pela natureza. Denuncie, fotografe, registre, mande pra Câmara, ao Prefeito, ao órgão fiscalizador, poste nas redes sociais, denuncie ao Ministério Público. Mas não faça de conta que as coisas não estão acontecendo.

Tá, mas e o que mais?

Plante água! Sim. Substitua o cimento, o solo compactado, por gramado, por um jardim, por exemplo. É uma medida simples, mas pense. Se não infiltra água porque estamos com os solos muito impermeabilizados, e se for o contrário? Lembram de quando éramos crianças e pulávamos poça de água? Tem criança que nem sabe mais o que é isso! A poça seca rapidamente, é tudo 8 ou 80. Ou seca total, ou tudo alagado. Viram a tragédia recente de São Paulo? São as fortes chuvas que alagam, ou são os terrenos muito impermeabilizados que aumentam o alagamento? As casas são soterradas, porque uma parcela da sociedade não tem outra opção que não seja morar em áreas impróprias para humanos.

Nesse trecho de uma via, a grama da calçada ecológica ficou escondida pelas flores da árvore. Um pequeno postal ao ar livre.

Vídeo: Aida Franco de Lima

As calçadas ecológicas ajudam a água da chuva a penetrar na terra, as árvores, sabemos, colaboram nesse processo. Elas também geram emprego, para o jardineiro, ao paisagista, à grameira e outros. Emprestam um descanso ao nosso olhar… Reparem: as pessoas gostam de tirar fotos do asfalto ou da paisagem verde? Notaram que uma foto no ambiente natural fica, normalmente, maravilhosa? Precisamos de Políticas Públicas nas cidades, devemos mudar as leis e permitir e incentivar frutíferas adequadas às calçadas e espaços públicos. Se podem colocar mesas, cadeiras, bancas, placas publicitárias nas calçadas, por qual motivo não podemos aprender a conviver com frutíferas que nos presenteiam com comida em determinadas épocas? Se varrem o lixo que os humanos deixam por todo canto, não cai a mão dar uma ajuda para a natureza e na época que os frutos ou folhas caírem com mais intensidade, dar mais atenção à varrição.

Incentivar calçadas ecológica e exigir que as leis sejam cumpridas, a Lei precisa ser PRA-TI-CA-DA ! Acessibilidade a cadeirantes e outras pessoas que também querem ir e vir. Temos que tirar os muros do entorno das árvores, elas precisam da água da chuva. Precisamos de praças com árvores, gramado, bancos… Mas normalmente a primeira coisa que é feita é cortar árvores. Temos que reverter o processo. O projeto adaptar-se ao verde, ao que já existe, e não concretar tudo e espalhar umas mudinhas de palmeiras aqui e acolá.

Plantar água é isso. É dar espaço para o verde. Lá no sítio, reflorestar. Lá no meio do nada, onde havia uma bica, uma fonte de água, desassorear, desenterrar as fontes de água! Plantar árvores para que elas protejam as minas, fazer com que a Mata Ciliar tenha a função de nossos cílios: proteger nossos olhos, nossos olhos d’água. Que tal começarmos pela nossa calçada?

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