Uma análise inicial sobre a série de entrevistas com os candidatos de Foz do Iguaçu

Era a chance de conhecer as propostas dos candidatos(as) que desejavam colher votos em Foz.

A jornada de entrevistas promovidas pelo H2FOZ e Rádio Clube, por meio da série 2 em 1, deu voz ao máximo de candidatos aos mais diversos cargos em disputa nesta eleição, passando pelo Governo do Estado, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Era a chance de conhecer as propostas dos candidatos(as) que desejavam colher votos em Foz.

Interessante notar que, mesmo que precisassem de votos além de Foz, praticamente todos defenderam o voto para candidaturas nativas. Em muitos momentos, tinha-se a impressão de que os candidatos confundiam a função, seja ela para qual cargo fosse, com a atividade de vereador.

Com relação aos programas de propostas, é bastante preocupante o fato de os candidatos, com uma ou outra raríssima exceção, não terem demonstrado preocupação com o meio ambiente. A esmagadora maioria usou o verbo “explorar” para mencionar o turismo. Pareciam desconhecer um outro verbo que deveria vir antes, que é “preservar”.

Nenhum candidato falou do Bosque dos Macacos! Mas teve candidato dizendo que se deveria rasgar a mata para ressuscitar a Estrada do Colono ou então fazer um túnel por debaixo, como se o molho do impacto ambiental não saísse mais caro que o prato!

A grande maioria citou logística, transações internacionais, mas não escutei uma única voz sobre políticas públicas para uma legião de pessoas que coletam materiais recicláveis, como forma de sobrevivência, e que tanto ajudam na diminuição dos resíduos.

Os candidatos me pareceram não compreender que todos fazemos parte do meio ambiente. E que essa temática deveria estar no mesmo patamar da educação, saúde, segurança. Meio ambiente não é acessório. Se estivéssemos falando de um carro, meio ambiente seria o motor. Mas nos programas eleitorais, quando muito é o estepe.

E se não falaram de meio ambiente como um todo, que dirá de animais! Senti falta de alguém mencionar a importância da castração, chipagem, educação ambiental e multa em relação a tutores de gatos e cães. Esses quadrúpedes não votam, mas são os responsáveis pela movimentação do mercado pet. Ah, e lembrando, os bípedes pais e mães de pet têm títulos.

O patrimônio da maior parte dos candidatos chamou muito a atenção. Os valores, declarados, entram na casa dos milhões de reais com uma naturalidade tamanha que nem parece que vivemos em um país onde as pessoas buscam comida no lixo e nos sinais de trânsito. Não é que seja dinheiro desonesto, porém será mesmo que milionários vão para a política somente porque querem ajudar a melhorar o Brasil?

Recentemente assistimos aos manifestos de alguns súditos questionando a família real inglesa. Contudo o fato é que ainda em 2022 temos exemplos de reinados no Brasil também, em que as novas gerações herdam o patrimônio político de seus antepassados. E dizem que recebem uma missão. Será mesmo que se não fossem os altos salários e os penduricalhos, nossa classe política continuaria, com exceções, repetindo o mesmo perfil, discurso do século passado?

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