Praça das Aroeiras: não vai doer nada!
Sempre haverá algum impacto maior ou menor em relação ao meio ambiente.
Você se lembra de quando era criança e ia tomar injeção e para conformar, algum adulto te dizia que não ia doer nada? E que depois da agulhada, vinha o choro reprimido e para conformar alguém falava: ‘não chora não, vai passar!’ Pois bem, quando dizem que uma obra não vai causar impacto ambiental, isso não é verdade. Sempre haverá algum impacto maior ou menor em relação ao meio ambiente. Pode haver impacto que a gente nem calcula, como por exemplo quando usa-se dinamites e o barulho afugenta animais de suas crias.
Já tratei aqui nesse espaço, em dois momentos sobre a importância da preservação das árvores da Praça das Aroeiras assim como da construção da escola Municipal Professora Lucia Marlene Nieradka, nos textos Praça e escola se completam, não competem! e A praça é nossa. E a escola também! Em ambos tentei mostrar que a existência de um espaço não deveria subtrair o outro.
Mas no último dia 22, quando foi lançado um release da Prefeitura de Foz, informando que foi aberta a licitação para a nova escola municipal, um trecho me chamou a atenção:
A escola, que há anos funciona em baixo da arquibancada do Estádio Pedro Basso (Flamenguinho), ganhará sua sede em uma área técnica do município localizada no Jardim Eldorado – região da Vila Yolanda. O terreno possui 4.698 m² e a área construída vai ocupar 1.730m², preservando a área verde do local.
Quando o ‘cidadão comum’ lê o termo área técnica, ele não é informado que no local há um bosque com árvores protegidas pela lei. Ele só saberá que ali não é uma área ociosa, mas cheia de vida, ao final do parágrafo, quando é dito que a área construída ocupará praticamente metade do terreno, mas que a área verde será preservada.
Mas como fazer omelete sem quebrar os ovos? No caso, como construir uma escola em um local onde há árvores, sem destruí-las?
Se sobrepormos a planta da escola, em cima das plantas do local, é bastante aparente o impacto ambiental que haverá caso a escola seja construída nesse terreno. Ambas são importantes. Mas e se fosse o contrário? Alguém discutiria a proposta de destruir uma escola para plantar nela uma quantidade significativa de árvores? E se alguém dissesse? ‘Não vai doer nada! Não vai estragar nenhuma sala de aula…”.
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