Mudanças climáticas: a conta chegou!
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Você se lembra de quando assistia filmes de ficção em sua adolescência ou escutava previsões de cientistas para o século seguinte? Quando as previsões eram para 50, 100 anos e muita gente até brincava e dizia: “Nem estarei mais aqui para ver ou sofrer com isso…”
Os dados são assustadores. Estamos cansados de avisar. O meio ambiente está pedindo socorro. Se não tiver meio ambiente, não tem ser humano. Simples assim!
Uma onda de calor brutal está tomando conta dos mais diversos países. Onde as notícias sempre são de temperaturas muito abaixo de zero, estão se elevando de modo assustador. Espanha, Grécia, Estados Unidos, Inglaterra e tantos outros lugares. Florestas, animais, residências, pessoas, estão morrendo por conta do calor e suas consequências. Asfalto derretendo, voos cancelados, pessoas morrendo, literalmente, de calor.
As enchentes na região oeste dos Estados Unidos estão assolando milhares de residências. Já são 26 mortos no Kentucky. Em Las Vegas o tilintar das moedas deu lugar ao barulho da água avançando nos salões de jogos.
E no Brasil as coisas também vão de mal pior. No último mês de maio, quando o sertão parecia mesmo ter virado mar, com diversas regiões do Nordeste impactadas com o excesso de chuvas e os deslizamentos, mais uma vez, o que tivemos foi reflexo da mudança do clima.
As altas temperaturas observadas na Europa, em particular no Reino Unido, atingindo valores estatisticamente quase inacreditáveis, considerando os dados dos últimos 150 anos, está obrigando mesmo os extremistas mais céticos do aquecimento global a repensar suas “toscas teorias”. (Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais)
O desmatamento aumentou 20% no Brasil em 2021. Crescimento em todos os biomas. Em 3 anos a área rerrubada chegou a 42 mil km2, quase um estado RJ. Mais de 98% com indicios de ilegalidade. Só 27% foi fiscalizado. Impunidade reina. (Tasso Azevedo – Coordenador de iniciativas MapBiomas & SEEG. Forester, ex-chefe do Serviço Florestal Brasileiro)
Está tudo de cabeça para baixo. E ainda há quem tenha tempo para negar as mudanças climáticas. Há quem tenha coragem de dizer que é alarmismo, que não é bem assim. Na verdade não é bem assim, é muito pior. Nossas áreas verdes estão sendo devoradas. A destruição só aumenta.
No final de maio, os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe viram quantidades invulgarmente grandes de chuvas fortes. Em menos de 24 horas, algumas regiões experimentaram cerca de 70% da quantidade total de chuva esperada para o mês inteiro. As chuvas fortes causaram deslizamentos de terra e inundações repentinas, levando a 133 mortes e mais de 25.000 pessoas desalojadas. (Fonte: Climatempo)
Se não somos capazes de promover uma mobilização para defender nossas pequenas florestas nas cidades, como no caso do Bosque dos Macacos. Em quem devemos depositar a luta em defesa da Amazônia ou Pantanal? Deveria ser nas autoridades públicas. Mas, muitas vezes, são essas que mais endossam a destruição, seja afrouxando leis ou fazendo vistas grossas a quem ameaça nosso patrimônio natural.
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