Foz: a descoberta que dinheiro dá em árvore, sim
Audiência Pública abriu caminhos para mostrar a importância da preservação de áreas verdes em Foz, inclusive para os cofres públicos
Por AIDA FRANCO LIMA | OPINIÃO
Quando o óbvio precisa ser dito, precisamos reforçá-lo quantas vezes necessárias for. Como na questão ambiental, que temos que bater na tecla noite e dia, dia e noite de que a proteção dos recursos naturais é também um investimento econômico. Árvore em pé significa saldo positivo na conta bancária. Essa parece que foi a constatação após a Audiência Pública ocorrida na última sexta, 13, cuja pauta foi a preservação de áreas verdes em Foz. Que sorte!
Durante o evento, a administração local demonstrou que está de olho no aumento da arrecadação através do ICMS Ecológico. Assim, ao ampliar a proteção de áreas verdes, aumenta também a arrecadação que saltará de 4 milhões para 10 milhões anuais.
Demorou! Precisou que o Bosque dos Macacos fosse massacrado! Que os animais ficassem desabrigados no chão, em busca de suas árvores que foram arrancadas abruptamente. Precisou que a sociedade gritasse, que o H2Foz denunciasse, para que alguém escutasse o clamor.
A impressão é que a administração municipal passou a despertar para a mina de ouro que significam as áreas verdes que intercalam as zonas de concreto, em Foz. Como uma galinha dos ovos de ouro, parece que começam a compreender que é sandice eliminar joias tão raras. Que ao mantê-la vivas, é possível gerar dinheiro e qualidade de vida. Mas ainda estamos muito longe de afirmarmos que inicia um novo ciclo da preservação ambiental local.
Olhemos para o lado. Olhemos para as árvores da avenida Pedro Bastos. Me pergunto se as árvores fossem pessoas endinheiradas, poderosas ou famosas, ou isso tudo junto. Será que por não estarem completamente saudáveis, com o peso dos anos, a alternativa seria a eutanásia? As árvores da Pedro Bastos deveriam ser tombadas pelo patrimônio natural e não pelas motosserras. Deviam ser alvo de estudo, de técnicas de escoramento, o que fosse necessários para usar a tecnologia a favor da manutenção das mesmas e segurança dos transeuntes.
Será que para construir a Perimetral Leste não havia outra rota, a não ser cortar mais de 300 árvores? E a Praça das Aroeiras cuja sentença está nas mãos do Tribunal de Justiça, em Curitiba? Quem decide o que vai ser derrubado e aquilo que será preservado, mesmo que de olho no ICMS ecológico, deveria estar assessorado por pesquisadores que levam em consideração a Ciência, a sustentabilidade. Devem levar em consideração que preservar as árvores é um bom negócio.
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