Enchentes e lamentos
Quando a chuva vem, é como se ela despertasse cada gota sufocada sob o concreto. E as consequência, já sabemos… Alagamentos, soterramentos, desabamentos e lamentos.
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Entra e sai ano e apenas observamos as enchentes nas mais distintas regiões do País levarem embora sonhos e vidas.
Qual é a medida que tem sido tomada na sua cidade, para evitar que a água não seja demais e nem de menos?
Por seis anos estudei em São Paulo, frequentava a região da Barra Funda e Perdizes, com destino à PUC, em busca do mestrado e doutorado. E no caminho, achei várias histórias e receios. Um dos meus medos, era a chuva repentina e forte. Uma vez o taxista me falou que naquele dia, há poucas horas, tudo tinha ficado alagado na Barra Funda. Fiquei imaginando o que seria estar em um carro ou a pé e a água chegar violenta, sem ter como me proteger.
No meu caso foi só imaginação, mas para milhares de famílias essa é uma realidade que bate à porta anualmente. Como uma visita indesejada, visto que e as autoridades públicas não vivenciam esse drama e, portanto, não parece ser algo com o que se incomodar.
Nunca me esqueci da história do taxista, que cheguei a pensar se poderia ser conto de pescador. Mas não duvido que fosse mesmo verdade, pois com tudo impermeabilizado e entupido de lixo, pra onde a água vai correr? Todos os anos as notícias são similares. Enquanto uns arrumam as casas para as festas de Natal e Ano Novo, outros perdem tudo, até a esperança. Não comemoram o fim do ano, lamentam o fim de muitas vidas, de sonhos.
Na maioria das vezes as fontes de água que cortam as cidades, são tidas com problemas e os gestores não enxergam o potencial que isso significa. Correm canalizar os córregos, sufocar as nascentes. Também há o problema do lixo, e das ocupações em áreas de risco. E quando a chuva vem, é como se ela despertasse cada gota sufocada sob o concreto. E as consequência, já sabemos… Alagamentos, soterramentos, desabamentos e lamentos.
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