As eleições e o meio ambiente

Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Em breve saberemos os resultados do segundo turno da eleição presidencial, no Brasil. Em alguns estados, há segundo para governador também. Dia 30 saberemos o nome do presidente que será o responsável para conduzir os rumos do nosso País durante os próximos quatro anos.

A questão ambiental, parece mesmo coisa supérflua, que nem desperta paixões nas campanhas. Parece mesmo que é patinho feio da história. Quem liga para os problemas da natureza?

A natureza sempre foi tida como algo exótico ou trágico e é melhor que ela fique no seu devido lugar, sem vir à tona para atrapalhar os votos.

O meio ambiente é uma pauta que incomoda, porque exige tomada de decisões que nem todos desejam executar. Uma parte significativa dos eleitores não se importa com o que pensa o seu candidato em relação à temática ambiental.

É como um jogador de futebol que não sabe para qual lado seu time faz gol. Ele apenas se aproxima da trave mais próxima e chuta. Não interessa se é gol contra. No caso do eleitor que não está nem aí em relação ao que seu candidato pensa sobre o meio ambiente, é algo além de gol contra. É contra a vida!

A pauta ambiental deveria ser prioridade nas agendas dos políticos e critério decisivo na hora do voto. Foto: Aida Franco de Lima

Nas eleições recentes, o abstrato, ganha mais valor que as coisas reais. Nas eleições brasileiras, discute-se sobre os significados das vertentes políticas que remetem às cores da bandeira brasileira. Mas pouco ou quase faz com que os eleitores façam uma reflexão sobre fato de as cores da bandeira brasileira estarem se desbotando no mundo real.

O azul do céu e dos rios, está tomando de fumaça e poluição. Veja na sua cidade. O rio que corta o trecho da área urbana tem aspecto de riacho ou esgoto? O amarelo, está mais para ouro de tolo. Afina, quanto mais riquezas escondidas, maior a fome em sua busca. E o molho acaba sendo mais caro que o peixe, pois ao explorar commodities, o Brasil rasga seu solo, e vende os produtos brutos, a valores muito menores que se fossem industrializados. E o verde das florestas? Se já é uma luta desigual entre as árvores urbanas versus as placas publicitárias, imagina lá no meio de locais isolados?

Se a escolha dos candidatos estivessem pautadas em suas propostas relativas ao meio ambiente certamente teríamos um primeiro e segundo turno com outros cenários. Se você não se importa em saber o que seu candidato pensa sobre o meio ambiente, talvez seja hora de rever seus conceitos, a começar pelo princípio de que o meio ambiente é você e que tudo que semeia em uma eleição, é colhido ao longo dos anos, décadas e vidas inteiras.

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