Animais que puxam carroças. Quem olha para eles?
Animais que puxam carroça ainda são muito comuns nas mais variadas cidades do Brasil, e eles pedem por socorro
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Ainda é muito comum nas ruas do Brasil afora, a figura do carroceiro. Aqueles homens de idade mais avançada, que utilizam carroças puxados com cavalos, burros, mulas ou similares. Alguns aparentam ser bem cuidados, outros esqueléticos e em estado de visível sofrimento.
Aos poucos esses animais usados para ‘fretes’, desde o transporte de pequenas mudanças a entulhos, foram substituídos por pequenos automóveis ou caçambas de entulhos. Mas ainda assim muitos deles permanecem nos pontos, à espera de uma ‘corrida’. Sem mencionar as cidades turísticas que os usam para fins de lazer, cavalgadas, romarias e afins.
É por meio do trabalho desses animais que muitas famílias ainda são sustentadas e através deles que elas se locomovem não apenas na zona rural, mas nas vias urbanas, e são utilizados (e muito) para coletar materiais recicláveis. Sem horário pra começar ou terminar, sem limite de distâncias. Basta olhar para os lados e eles estão nos semáforos, nos terrenos baldios, amarrados ao sol, em busca de um canto com sombra.
E quem se importa com eles? Quais as políticas públicas destinadas a esses animais e às famílias que sobrevivem com o trabalho desses animais? Esses animais trabalham quantas horas por dia? Há água para saciar a sede? Há algum cuidado para saber se estão em condições de trabalho, se estão sendo vítimas de maus tratos?
O cadastramento desses animais, um trabalho veterinário preventivo, a chipagem dos mesmos (para coibir abandonos e prevenir furtos), um trabalho social junto às famílias que os utilizam. Isso, entre outras medidas, são alternativas que deveriam ser levadas em consideração para que, planejadamente, venham a deixar de cumprir essa função ao menos nas vias urbanas.
Potência de cavalo deve permanecer apenas como unidade de medida e esses animais que tanto ajudaram no desenvolvimento das cidades merecem um final de vida longe do trânsito e com o mínimo de cuidados. Cuidado que muitas vezes não recebem por negligência de quem os explora ou por falta de recursos financeiros. O poder pública deve agir, com muita velocidade.
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