Agressividade dos cães, também, é reflexo dos humanos

Estudo demonstra que o nível de agressividade dos cães está relacionado ao seu biotipo e sofre influência, também, do meio em que vive.

Aquilo que todo mundo que ama cães já sabia, por experiência própria, está sendo comprovado pela Ciência: o ambiente social influencia no comportamento dos animais.

Afinal, o que leva um cão urbano a ser mais ou menos agressivo? Um estudo realizado pelos professores, do Departamento de Psicologia da USP, Flavio Ayrosa, Carine Savalli, Briseida Dogo de Resende  com colaboração de Natália Albuquerque , demonstrou que características como o peso do cão, morfologia e sexo influenciam de modo significativo. Mas vai além.

Agressividade dos cães urbanos está relacionada, também, com o modo como ele é tratado
Pesquisa demonstra que além das características físicas, o ambiente influencia diretamente no grau de agressividade dos cães urbanos.
Foto: Aida Franco de Lima

Aliadas a isso, há questões que envolvem o universo em que  o animal vive, como o sexo e idade de seus tutores. As atividades físicas e o modo de vida no habitat doméstico, influenciam diretamente nas chances de ocorrer ou não agressões.

Isso significa que a raça do bichinho interfere, mas seu comportamento está ligado também à sua rotina. Ou seja, ao modo como é tratado. Se o animal é levado para passear, por exemplo, seu nível de stress será bem diferente daquele que vive preso em um cubículo.

Na Inglaterra,  os tutores de animais são obrigados a passearem duas vezes ao dia com eles. E se não o fazem, são denunciados pelos vizinhos e a fiscalização faz seu papel. No Brasil, temos muito a evoluir em relação ao tratamento dispensado aos animais…

A agressividade do cão, pode ser caracterizada quando ele rosna, late, abocanha o ar, tenta ou consegue morder alguém. Tais ações são  formas de o mesmo estabelecer seu estilo de ‘negociações’ e limites. E isso tem relação com o perfil físico, mas também com o que assimila do seu entorno. O estudo foi realizado com 665 tutores, através da análise de dados de questionários online.

Infelizmente, muitos animais ainda são tidos como objetos descartáveis. Mas para outros felizardos há tutores que os tratam como um integrante importante da família. Às vezes beira à humanização exagerada. Mas cá entre nós, melhor um bichinho muitíssimo bem tratado que jogado como lixo.

Conheci uma pessoa que não tinha filhos, e tratava seus cães como os próprios. Tinha acabado de fazer a festa de aniversário deles e já estava planejando a próxima. Que mal que tem, se o dinheiro é dela!? Melhor tratar muitíssimo bem o bichinho que usar o dinheiro para brincar de caçar animais, por exemplo.

Mas voltando ao estudo, outra observação levantada é que fêmeas tendem a ser menos agressivas e que as raças pequenas tão grandes em braveza. A explicação é que por se tratar de animais de pequeno porte, um latido ou rosnado é mais tolerável que os demais, que tendem a ser menos tolerados e repreendidos.

É comum, principalmente nessa época do ano, animais serem dados como forma de presente. Mas passado um tempo, o bichinho é tido com um presente de grego e quem acaba ‘pagando o pato’, mais uma vez é o animal. Estudos como esse, sobre o comportamento dos mesmos ajuda a compreender e prevenir essas e outras situações indesejadas, para a a pessoa e o animal também.

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