A guerra, os animais e a dor alheia
Os animais são os que mais sofrem, em todas as circunstâncias.
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Os animais são os que mais sofrem, em todas as circunstâncias. Não falam a mesma língua dos homens, e seus direitos são conquistados a passos lentos. Estamos vivenciando um período muito difícil para a humanidade e, logicamente, para os animais. Se há um bicho que não faria falta para o Planeta, é o bicho-homem.
Há poucos dias escrevi um texto para explicar o que foi o contexto da Guerra Fria e a origem do termo Terceiro Mundo. Uma época em que EUA e URSS disputavam o poderio nuclear, enquanto outros países tinham suas populações abaixo da linha de pobreza. O Terceiro Mundo mudou de nome, agora é denominado de Países em Desenvolvimento. Mas, será mesmo que a fome acabou ? E o meio ambiente, será mesmo que mudou o modo como é tratado? A resposta nós sabemos: não.
Estamos assistindo, literalmente, um conflito bélico, em que mais uma vez a corda arrebenta pro lado mais fraco. E desse lado, também estão os animais. Estamos vendo cenas viralizarem na internet de civis ucranianos que insistem em salvar suas vidas e de seus animais. Estamos vendo cenas de russos que protestam contra os ataques. Mas quem tem o poder de decidir os destinos de milhares de pessoas e animas, está escutando? A resposta também já sabemos: não.
Presenciamos cenas da guerra, com imagens de zonas residenciais destruídas e milhares de pessoas fugindo de suas casas. De tanques de guerra avançando rumo ao ‘inimigo’. De pessoas enfrentando fome, frio, dor e, ainda assim, algumas delas insistindo em ficar em suas casas por causa de seus animais. É algo que parece incompreensível. Não tanto quanto a guerra.
O amor aos animais, à causa ambiental, é algo um tanto inimaginável à quem costuma ter outros valores. Quando uma pessoa entrega sua vida a defender os animais, à natureza, ela o faz porque esse sentimento é imperativo e, muitas vezes, maior que ela própria. Muitas vezes, tão grande, que a sufoca. Há uma frase, que diz, que se a pessoa olhar para os olhos de um animal que vai para um frigorífico, ela não é capaz de comê-lo. Há quem não precisa olhar para os olhos para sentir a dor do outro. Mas há quem, mesmo observando, não sente a dor do outro e ainda sente prazer em provocá-la.
Há pessoas, na Ucrânia, no Brasil e inúmeros outros locais em situação de guerra, que não são transmitidas pela mídia, pagando com a própria vida a defesa de um ideal. Parece utopia, pois aprendemos que temos que defender aquilo que tem valor. Porém, o valor de um não é o mesmo de outros. Deveríamos lutar pela Lei dos Mais Fracos!
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