Geração de empregos deveria ser uma obsessão da prefeitura de Foz

Para isso, não há fórmula mágica, mas não se pode insistir em velhos erros.

Entre os muitos problemas de Foz do Iguaçu, a geração de empregos é premente. Não dá para esperar. A pandemia fez surgir um debate absolutamente sem fundamento, o qual pretende instaurar uma dicotomia entre economia e saúde pública, entre preservação de CPFs ou de CNPJs.

Discussão falsa: a sociedade deve exigir e o poder público precisa garantir medidas para assegurar o funcionamento da economia e a defesa da vida. Pessoas trabalham e consomem, e para continuar fazendo isso devem ser protegidas de calamidades como é a pandemia de covid-19.

Para o mercado de trabalho de Foz do Iguaçu, 2020 foi implacável. No ano, a cidade perdeu 4.463 empregos diretos com carteira assinada, de acordo com os novos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged. Nos últimos quatro meses, a economia iguaçuense até conseguiu estancar o drástico derretimento de empregos, após seis meses consecutivos de queda. Mas fechamos o ano no vermelho, com saldo negativo em ocupações formais. Ora! Se a pandemia afetou todos, por qual razão cidades vizinhas como Cascavel, Toledo e Matelândia conseguiram gerar emprego em meio à crise?

O desemprego atinge drasticamente a juventude. A cidade precisa ter uma política de desenvolvimento para absorver, por exemplo, os jovens que estão na informalidade e os que saem das nossas universidades e faculdades. Muitos deles sofrem para ter espaço no mercado de trabalho e poder exercer sua profissão, após uma longa jornada nos bancos acadêmicos. Outros tantos deixam a cidade em busca de oportunidades.

Fato é que a geração de empregos deve ser uma obsessão da nova gestão municipal. Para isso, não há fórmula mágica, mas não se pode insistir em velhos erros. O prefeito deve comandar esse processo, e para isso precisa abrir o diálogo verdadeiro com a sociedade e suas representações –patronais e laborais, da iniciativa privada e do funcionalismo público.

De março para cá, as ações da prefeitura parecem insuficientes para aquecer o mercado de trabalho com rapidez. Conceder empréstimos, num primeiro momento, pode fazer a roda girar, porém sem uma economia dinâmica, em breve, quem ontem pegou crédito amanhã ficará afundado em dívidas.

Se olharmos para os 22 mil casos de covid-19 e para as mais de 300 mortes pela doença em Foz do Iguaçu, juntamente com os 4,4 mil empregos perdidos em 2020, veremos que a cidade foi abalada tanto na economia quanto na saúde pública. A população iguaçuense quer a resolução de seus problemas. E quem está desempregado ou em trabalho precário não pode esperar.

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