Religioso coloca Foz do Iguaçu no ‘mapa’ de aversão a pobres por placa sobre esmola
Referência em trabalhos sociais no Brasil, padre Julio Lancellotti vê prática de aporofobia e questiona: “Qual oportunidade oferecem?”.
Referência em trabalhos sociais no Brasil, padre Julio Lancellotti vê prática de aporofobia e questiona: “Qual oportunidade oferecem?”.
O padre Julio Lancellotti inseriu Foz do Iguaçu na lista de cidades expostas por ele nas redes sociais que, na sua visão, praticam a aporofobia – termo que, segundo os dicionários, significa aversão a pobres. Isso por conta das placas espalhadas pela área urbana iguaçuense que dizem: “Dar esmola não ajuda. Não dê esmola. Dê oportunidade”.
Ativista em direitos humanos e considerado uma referência em trabalhos sociais voltados a populações mais vulneráveis, o religioso de São Paulo (SP) questionou as opções ofertadas no município. “Qual oportunidade oferecem? Foz do Iguaçu, aporofobia em ação”, escreveu em uma rede social, ao lado de uma foto da placa que desaconselha a doção de esmolas.
Conforme Julio Lancellotti, dar esmola é uma questão de foro íntimo, uma decisão pessoal e que dispensa a intervenção do Estado (poder público). Quando instalou as placas, a Prefeitura de Foz do Iguaçu informou, por meio da Secretaria de Assistência Social, que a ação é resultado de uma emenda impositiva da ex-vereadora Inês Weizemann (PL) e faz parte de uma campanha socioeducativa para desestimular a prática.
Mais de 46 mil moradores de Foz do Iguaçu estão em situação de pobreza e extrema pobreza. Em março do ano passado, no início da pandemia de covid-19, eram 9,8 mil famílias nessa situação, número que sofreu uma verdadeira explosão, passando para 17,5 mil famílias em outubro de 2021. Nesse período, o total de pobres na cidade cresceu 77%. Os dados são do Cadastro Único, com base no perfil das pessoas que podem obter o Auxílio Brasil.
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