Ler, sentir e viver a negritude
A questão do racismo está longe de ser erradicada em nosso país, daí a importância da data para valorizar a identidade, cultura e história do povo negro brasileiro.
Por Claudio Siqueira
O poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, um dos fundadores do Grupo Palmares, foi o idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra. 20 de novembro é a data da morte de Zumbi dos Palmares, líder negro abolicionista. O Dia da Consciência Negra é para a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e a cultura afro-brasileira, assim como a promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana.
A questão do racismo está longe de ser erradicada em nosso país, daí a importância da data para valorizar a identidade, cultura e história do povo negro brasileiro, além de expor e denunciar o racismo, crime previsto em lei.
Mas para muito além de celebrarmos apenas uma data com esse intento, de valorizar a negritude e combater o racismo, o convite para a luta contra toda a forma de discriminação e pelos direitos humanos é feita.
Também para além de apenas valorizarmos a negritude, somos convidados a conhecer nossa própria história e cultura, a nossa brasilidade, criada com uma quantidade muito grande de ingredientes vindos da África.
A literatura negra, não apenas a acadêmica e científica que debate racismo e identidade, mas a literatura brasileira em si, precisa ser redescoberta. Em tempos que são noticiados nomes recentes a se tornarem imortais pela Academia Brasileira de Letras, lembramos que seu primeiro a se imortralizar foi um escritor negro, o mestre da nossa língua, Machado de Assis.
Temos que ler autores negro não por serem negros, mas por serem mestres no que se proporam fazer e apenas estão tendo menor visibilidade que demais autores devido ao nosso sistema discriminatório, que usurpa do negro sua identidade.
No dia de hoje, fica o convite a ler e assim sentir e viver a negritude.
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