Bolsonaro pagou auxílio a 135 mil mortos, mas deixa 1,5 milhão de famílias na fila do Auxílio Brasil

Em Foz do Iguaçu aproximadamente mil famílias na linha de pobreza estão na fila de espera do programa.

A grande tragédia brasileira envolvendo os que mais precisam está escancarada em 2022. Embora existam aqueles que digam que a situação atual é causada pela pandemia, os dados mostram que a falta de respeito aos brasileiros e a milhares de famílias já existia antes.

As estatísticas são angustiantes, mas elas não são apenas números. Com elas existem traumas, dramas e histórias de vida, de desespero e de morte de milhares de brasileiros. Em 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país vivia o melhor momento em segurança alimentar, chegando a sair do Mapa da Fome da ONU em 2014.

A partir de 2018, a ausência de programas de combate à fome, o atraso no pagamento do Bolsa Família, a irresponsabilidade na escolha das políticas públicas de combate à desigualdade e a falta de apoio às cooperativas e à agricultura familiar são responsáveis pela tragédia alimentar dos nossos dias, fazendo brasileiros brigarem pela fila de ossos. “Ossos de qualidade”, de acordo com o governador bolsonarista do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), comentando a fila da fome no seu estado.

Conforme a Rede Brasileira de Pesquisa em soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pensam), em 2020 havia 19 milhões de brasileiros em situação de fome no Brasil, aumentando em 10,3 milhões de pessoas na comparação com 2018.

Nesse mesmo período, na entrega do auxílio emergencial, Bolsonaro pagou um valor astronômico a 135 mil pessoas mortas. A informação é de uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre fraudes durante os pagamentos do auxílio. O órgão constatou um prejuízo de R$ 9,4 bilhões.

Além de mortos, empregados do governo federal, entre eles militares – 58,9 mil membros das Forças Armadas; menores de idade; e até políticos ocupantes de cargo eletivo foram beneficiados.

Com o descaso e o negacionismo de Bolsonaro e de governadores aliados, o atraso do auxílio emergencial, os erros do Ministério da Saúde no combate da pandemia, a demora na compra da vacina e a falta, inclusive, de oxigênio (lembrando aqui o caso do Amazonas) – tudo isso agravou a situação –, hoje seis em cada dez famílias não têm acesso pleno a alimentos.

Em Foz do Iguaçu

Segundo o levantamento da Secretaria Municipal de Assistência Social, Foz do Iguaçu tem atualmente 17.938 famílias/pessoas recebendo o Auxílio Brasil e aproximadamente mil famílias esperando na fila do programa. Entre elas, na linha da pobreza, encontram-se crianças e gestantes. Conforme a secretaria, essas famílias estão à espera da vinda de recursos do governo federal.

Agência da Caixa Econômica Federal, Centro de Foz do Iguaçu/PR – Foto: Marcos Labanca
Agência da Caixa Econômica Federal no centro de Foz do Iguaçu/PR – Foto: Marcos Labanca
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