Sociedade civil pede maior diálogo pelo desenvolvimento de Foz do Iguaçu

Audiência pública apontou necessidade de produção e monitoramento contínuo dos indicadores de gestão para ajudar Foz do Iguaçu a crescer.

Maior diálogo entre poder público, sociedade civil e universidades para fomentar o desenvolvimento em Foz do Iguaçu. Esse foi um dos principais pedidos apresentados durante audiência pública na Câmara de Vereadores, nesta semana, convocada para debater e avaliar indicadores da gestão municipal.

LEIA TAMBÉM:
Sétima maior do estado, Foz do Iguaçu fica só na 90.ª posição em desenvolvimento
Foz do Iguaçu fica fora das 29 cidades no topo do desenvolvimento no PR

Entre as demandas da comunidade, objetivando fazer a cidade crescer, estão:

  • produção de indicadores em nível municipal;
  • avaliação contínua dos indicadores;
  • abertura pública de dados;
  • planejamento de médio e longo prazos.

A audiência foi motivada pela 90.ª posição de Foz do Iguaçu no Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), ferramenta oficial usada pelo Governo do Paraná para aferir renda, saúde e educação. A partir dele, o Observatório Social em Foz do Iguaçu (OSB-FI) comparou o desempenho do município iguaçuense com outras cinco cidades similares.

Presidente da Câmara de Vereadores, João Morales afirmou que o objetivo é a busca de soluções e consensos para fazer o melhor pela cidade. “A ideia é todos trabalharmos para que Foz do Iguaçu esteja em primeiro lugar no ranking em todos os indicadores”, disse. E sugeriu a continuidade do debate sobre o que mostra o IPDM, por segmento.

Presidente do Observatório Social, Jaime Nascimento considerou positivo o resultado da audiência, especialmente a convergência em torno da necessidade de análise e produção contínuas de indicadores. “A abertura ao diálogo e a proposta de continuidade no processo de avaliação são ganhos. E, claro, temos a esperança de que problemas apontados sejam corrigidos”, pontuou, no Legislativo.

O presidente da ACIFI conclamou a prefeitura para manter um diálogo cada vez maior com a sociedade civil e as academias, e enalteceu o diagnóstico feito pelo Observatório Social. “Somos cidades diferentes, mas tomemos Maringá pelo seu melhor exemplo. Essa cidade tornou-se a força que é no país porque o poder público e a sociedade trabalham juntos. Esse é nosso entendimento”, frisou.

Danilo Vendruscolo: “Poder público e sociedade civil devem trabalhar juntos” – foto: Silvio Vera


O secretário de Transparência e Governança, Nilton Bobato, representou o Poder Executivo, fazendo ponderações sobre o levantamento do Ipardes, que na sua opinião é um indicativo que contém distorções. “Essa discussão é importantíssima. O Poder Executivo está aberto, precisamos aprofundar o debate e reunir dados que retratem as atipicidades de Foz do Iguaçu, que é de fronteira, pois não dá para simplesmente compará-la com outros municípios”, opinou.

Desenvolvimento e educação

O desenvolvimento foi o foco da explanação de Haralan Mucelini, reforçando que o comparativo feito pelo Observatório Social abrange 12 anos. “Os dados mostram que, em desenvolvimento, foi uma década perdida para Foz do Iguaçu. As pessoas não estão vendo a cidade como um lugar de oportunidade para emprego e renda, e isso também não atrai investidores”, refletiu.

Haralan Mucelini: “Em desenvolvimento, foi uma década perdida para Foz do Iguaçu” – foto: Silvio Vera


A pedagoga Solange Assumpção fez um detalhamento da educação, a partir do índice do Ipardes, para defender o que considera ser conquistas na área e propor a necessidade de dados municipais e de monitoramento permanentes. “É um apelo para que comecemos a pensar em dados locais para dar conta dessa complexidade fronteiriça e projetar a educação também para além da escola, pensar na educação formal e não formal”, sugeriu.

Solange Assumpção defendeu a importância da produção de dados locais – foto: Silvio Borges


O professor Amilton José Moretto mencionou a relevância da audiência pública e da análise e produção de indicadores. “Os números nos mostram uma certa realidade e dão uma dimensão de onde podemos chegar, mas isso depende de soluções, que são decisões políticas. E há de ser considerada a realidade da fronteira. Nos colocamos à disposição para contribuir, pois esse é o nosso papel enquanto universidade pública.”

PRESENÇAS | Também participaram da audiência pública os vereadores Kalito Stoeckl (PSD), Adnan El Sayed (PSD) e Yasmin Hachem (MDB); Darlei Finkler, secretário interino da Fazenda; Rodiney Alamini, presidente do Conselho Superior da ACIFI; Carlos Alberto Bordin, coordenador do Núcleo da Avenida Brasil; além de diretores e técnicos da prefeitura.

(Com informações do Observatório Social em Foz do Iguaçu)

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!
LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.