Maior diálogo entre poder público, sociedade civil e universidades para fomentar o desenvolvimento em Foz do Iguaçu. Esse foi um dos principais pedidos apresentados durante audiência pública na Câmara de Vereadores, nesta semana, convocada para debater e avaliar indicadores da gestão municipal.
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Entre as demandas da comunidade, objetivando fazer a cidade crescer, estão:
- produção de indicadores em nível municipal;
- avaliação contínua dos indicadores;
- abertura pública de dados;
- planejamento de médio e longo prazos.
A audiência foi motivada pela 90.ª posição de Foz do Iguaçu no Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), ferramenta oficial usada pelo Governo do Paraná para aferir renda, saúde e educação. A partir dele, o Observatório Social em Foz do Iguaçu (OSB-FI) comparou o desempenho do município iguaçuense com outras cinco cidades similares.
Presidente da Câmara de Vereadores, João Morales afirmou que o objetivo é a busca de soluções e consensos para fazer o melhor pela cidade. “A ideia é todos trabalharmos para que Foz do Iguaçu esteja em primeiro lugar no ranking em todos os indicadores”, disse. E sugeriu a continuidade do debate sobre o que mostra o IPDM, por segmento.
Presidente do Observatório Social, Jaime Nascimento considerou positivo o resultado da audiência, especialmente a convergência em torno da necessidade de análise e produção contínuas de indicadores. “A abertura ao diálogo e a proposta de continuidade no processo de avaliação são ganhos. E, claro, temos a esperança de que problemas apontados sejam corrigidos”, pontuou, no Legislativo.
O presidente da ACIFI conclamou a prefeitura para manter um diálogo cada vez maior com a sociedade civil e as academias, e enalteceu o diagnóstico feito pelo Observatório Social. “Somos cidades diferentes, mas tomemos Maringá pelo seu melhor exemplo. Essa cidade tornou-se a força que é no país porque o poder público e a sociedade trabalham juntos. Esse é nosso entendimento”, frisou.
O secretário de Transparência e Governança, Nilton Bobato, representou o Poder Executivo, fazendo ponderações sobre o levantamento do Ipardes, que na sua opinião é um indicativo que contém distorções. “Essa discussão é importantíssima. O Poder Executivo está aberto, precisamos aprofundar o debate e reunir dados que retratem as atipicidades de Foz do Iguaçu, que é de fronteira, pois não dá para simplesmente compará-la com outros municípios”, opinou.
Desenvolvimento e educação
O desenvolvimento foi o foco da explanação de Haralan Mucelini, reforçando que o comparativo feito pelo Observatório Social abrange 12 anos. “Os dados mostram que, em desenvolvimento, foi uma década perdida para Foz do Iguaçu. As pessoas não estão vendo a cidade como um lugar de oportunidade para emprego e renda, e isso também não atrai investidores”, refletiu.
A pedagoga Solange Assumpção fez um detalhamento da educação, a partir do índice do Ipardes, para defender o que considera ser conquistas na área e propor a necessidade de dados municipais e de monitoramento permanentes. “É um apelo para que comecemos a pensar em dados locais para dar conta dessa complexidade fronteiriça e projetar a educação também para além da escola, pensar na educação formal e não formal”, sugeriu.
O professor Amilton José Moretto mencionou a relevância da audiência pública e da análise e produção de indicadores. “Os números nos mostram uma certa realidade e dão uma dimensão de onde podemos chegar, mas isso depende de soluções, que são decisões políticas. E há de ser considerada a realidade da fronteira. Nos colocamos à disposição para contribuir, pois esse é o nosso papel enquanto universidade pública.”
PRESENÇAS | Também participaram da audiência pública os vereadores Kalito Stoeckl (PSD), Adnan El Sayed (PSD) e Yasmin Hachem (MDB); Darlei Finkler, secretário interino da Fazenda; Rodiney Alamini, presidente do Conselho Superior da ACIFI; Carlos Alberto Bordin, coordenador do Núcleo da Avenida Brasil; além de diretores e técnicos da prefeitura.
(Com informações do Observatório Social em Foz do Iguaçu)
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