Com a baixa participação de passageiros contrastando com os muitos agentes políticos reunidos, a prefeitura apresentou o que chamou de “prestação de contas” do transporte coletivo em Foz do Iguaçu, na Câmara de Vereadores, nessa terça-feira, 12. Secretários municipais defenderam ter havido avanços e ouviram cobranças por melhorias.
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Na prática, a ação foi um movimento político do governo de Chico Brasileiro para tentar impedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pedido em trâmite no Legislativo. Na reunião, vereadores da base de apoio ao prefeito fizeram ataques a gestões anteriores e a entidades; quatro parlamentares reforçaram a necessidade da CPI.
Transporte coletivo
O diretor-superintendente do Instituto de Transportes e Trânsito (Foztrans), Fernando Maraninchi, afirmou que “o transporte coletivo em Foz avançou muito nos últimos meses”, mas reconheceu ter muito a melhorar. Pelos seus dados, houve redução de aproximadamente 30% no pagamento do quilômetro rodado em relação ao modelo anterior.
A prefeitura apresentou relatório dos seis meses de operação do processo licitatório, concluído em fevereiro e que seguirá até 2025, em que a Viação Santa Clara presta o serviço. Representantes da operadora afirmaram, na reunião, que a empresa realiza ações “além do previsto no contrato”.
O secretário de Transparência e Governança, Nilton Bobato, falou que a concessão marca a transição do modelo para uma nova fase. “Começamos a virar uma página de décadas de atraso no transporte coletivo e estamos caminhando para um processo que prevê a implementação do direito social”, disse.
Novo modelo só com novo prefeito
Porém, a gestão de Chico Brasileiro empurrou para o próximo prefeito executar o atendimento a uma recomendação do Tribunal de Contas do Paraná que pede a elaboração de um novo projeto para o transporte coletivo em Foz do Iguaçu. Ao alegar falta de tempo hábil para um estudo amplo, a administração fez dois contratos de curta duração, de um e dois anos.
Os novos contratos firmados pela prefeitura representam redução da frota de 130 para 90 ônibus, o que representa lotação em horários de pico, frequência e linhas inadequadas, além de maior tempo do cidadão nos deslocamentos de ônibus. Implicaram, ainda, um modelo baseado no subsídio com dinheiro público – cerca de R$ 1,5 milhão por mês à operadora.
CPI do Transporte
Para Fernando Maraninchi e Nilton Bobato, quatro vereadores reforçaram que consideram necessária a abertura da CPI do Transporte Coletivo para dar transparência ao processo. Assinam o pedido João Morales (União Brasil), Cabo Cassol (Podemos), Galhardo (Republicanos) e Marcio Rosa (PSD); resta a adesão de um edil para a criação automática da investigação.
“Nós, como Câmara Municipal, somos independentes. O que a gente precisa entender é não só a questão dos números, mas entender todo um processo”, explanou João Morales. “Nós somos fiscalizadores do Executivo. Eu cobro porque é meu dever. Abram uma CPI, porque queremos investigar aquilo que está em dúvida”, concluiu.
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