Quantas pessoas precisam morrer para o mundo se manifestar?

Cerca de 800 pessoas estiveram presentes no ato em prol da paz entre palestinos e israelenses, neste domingo, na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu.

“Eu não sei quantas milhares de pessoas têm que morrer para o mundo se manifestar”, disse o sheik Osama El Zahed, do Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu. Ele participou na manhã de hoje do ato em prol da paz entre palestinos e israelenses, na Praça da Paz, área central da cidade.

Cerca de 800 pessoas, conforme os organizadores, estiveram presentes na manifestação pacífica, incluindo famílias vindas do Paraguai. Durante o discurso, o sheik repudiou o massacre, matança e bombardeios na Faixa de Gaza e lembrou que mais de 2,5 milhões de pessoas estão vivendo sem água e energia.

No início do protesto, os manifestantes fizeram um coro no idioma árabe levantando faixas e cartazes. Muitos jovens e crianças marcaram presença no ato pedindo nada mais que a paz.

Muitos jovens e crianças marcaram presença no ato pedindo nada mais que a paz. Foto: Marcos Labanca


Os palestinos e libaneses, presentes na manifestação, rechaçam, não apenas os bombardeios, mas as informações que circulam sobre o conflito. Em Foz, muitas famílias acompanham as notícias por canais árabes e redes sociais, que expressam uma visão diferente do conflito em relação ao que eles chamam de ‘mídia tradicional’ brasileira.

Para membros da comunidade, a setores da imprensa brasileira divulgam informações parciais e reproduzem conteúdos de agências de notícias pró-Israel.

Filho de palestinos, o comerciante Fawzi Abdallah, 38 anos, busca informações em canais árabes,  redes sociais e whatsApp de familiares porque as informações que chegam são diferentes da veiculada pela mídia brasileira.

Ato repudiou o massacre, matança e bombardeios na Faixa de Gaza e lembrou que mais de 2,5 milhões de pessoas estão vivendo sem água e energia. Foto: Marcos Labanca

Abdallah tem familiares na Cisjordânia e vive diariamente uma tensão. “A qualquer momento podemos receber uma notícia trágica”, teme.

Coordenadora do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – CEBRAPAZ, Mazé Saad lembra que o conflito que ocorre hoje teve início há 70 anos. “A causa palestina é a causa do mundo. Chega de guerra, luta e sangue de inocentes”.

A colônia árabe de Foz do Iguaçu é considerada a segunda maior do país, depois da capital paulista. Vivem na cidade cerca de 12 mil árabes e descendentes, incluindo os palestinos que representam cerca de 10 famílias.

“Eu não sei quantas milhares de pessoas têm que morrer para o mundo se manifestar”, disse o sheik Osama El Zahed. – Foto: Marcos Labanca
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