Procurador defende extinção da Guarda Municipal, e entidades repudiam

Opinião isolada ou para medir a reação? Representação dos servidores diz que o agente público deve ater-se à função para a qual foi “contratado” e cobra retratação.

Opinião isolada ou para medir a reação? Representação dos servidores diz que o agente público deve ater-se à função para a qual foi “contratado” e cobra retratação.

Opinião isolada de quem não tem atribuição para decidir ou fala articulada para mensurar a reação pública? Essa é a questão que paira após o comentário do procurador-geral do município, Osli Machado, dizendo ser favorável à extinção da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu. A reação veio logo.

O Sismufi, sindicato que representa parte dos servidores municipais, incluídos os guardas municipais, reagiu manifestando “repúdio” à declaração do procurador Osli Machado. Para a entidade, a fala não expressa a “verdade, mostrando apenas amplo desconhecimento a respeito da Guarda Municipal”, diz a nota (leia na íntegra).

Em entrevista à Rádio Cultura (ouça aqui, a partir de 15h30), durante o programa Contraponto, nessa quinta-feira, 10, o agente público abordava vários assuntos, como quem tem mandato da população para administrar a cidade, da política à gestão. A certa altura, afirmou ao microfone:

“Na Guarda Municipal tem uma quantidade de pessoas beligerantes, que só querem briga, encrenca. Tenho um posicionamento muito claro: a Guarda Municipal não precisa estar presente. A segurança pública é assunto do Governo do Estado do Paraná. O município coloca R$ 50 milhões em segurança pública que tem que ir para previdência dos servidores, e a Guarda pode ser extinta. Ponto.”

Ao complementar a sua declaração, não contendo o ímpeto, Osli Machado frisou que a visão sobre a extinção da GM é pessoal, possivelmente não compartilhada pelo gestor municipal. “Ah, essa opinião é minha. O prefeito não pensa assim, possivelmente”, disse na entrevista.

Pedido de retratação

A entidade sindical pede a retratação do procurador-geral da cidade ante a corporação de guardas e à sociedade. Ainda desafia o agente público a apresentar provas “que de fato comprovem o destino deste montante ao qual cita com veemência” e exige explicações públicas.

A direção do Sismufi enumera, no texto, reivindicações antigas não atendidas pela administração, que foram debatidas em audiência pública na Câmara de Vereadores nesta semana. Plano de carreira e exposição do número de guardas alocados em outras secretarias estão entre as pautas.

Na nota de repúdio, o Sismufi exprime que o procurador é da área técnica, devendo manifestar-se “dentro das quatro linhas legais para a qual foi contratado”. O texto prossegue dizendo que “não cabe ao mesmo tecer comentários enquanto procurador” e que sua declaração “acaba manchando o nome de toda uma corporação”.

Mais críticas ao procurador

O Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen) também publicou nota (leia aqui) em que “se solidariza com os servidores da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu e repudia a declaração do procurador-geral do município, Osli Machado”. A corporação é estratégica para segurança pública, completa.

A vereadora Protetora Carol Dedonatti (PP) manifestou-se na mesma direção. “Repudio veementemente a fala do ilustre procurador-geral do município, quando de maneira infeliz desmereceu a existência da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu.” Para ela, a instituição é referência nacional em municipalização da segurança pública e orgulho dos iguaçuenses.

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