Moradores cobram solução para bairros ‘ilhados’ pela Perimetral Leste em Foz do Iguaçu

Residentes no Mata Verde e Floratta voltaram a relatar que têm dificuldades de acessar serviços de saúde, escola e mercado, durante audiência pública.

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Pauta abordada pelo H2FOZ em diferentes reportagens, o impacto da Perimetral Leste para moradores de bairros às margens do traçado da avenida foi discutido em audiência pública, na Câmara de Vereadores, sexta-feira, 24. A principal reclamação é quanto a áreas “ilhadas”.

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Com efeito, residentes nos bairros Mata Verde e Floratta têm dificuldades de acessar serviços de saúde, escola e mercado. A comunidade aponta falta de planejamento do poder público, em que seus efeitos negativos recaem à população.

“Que fique claro: não somos contra a obra”, enfatizou Diego Garcia, morador do bairro Mata Verde, um dos líderes das comunidades. “Mas o bairro está muito afetado, não poderiam ter apenas transferido o problema da Avenida Paraná para o bairro Mata Verde. O transporte escolar não vai mais; se pedir Uber, não vai”, reclamou.

audiencia publica - foto: Christian Rizzi
Moradores levaram reivindicações à audiência pública – foto: Christian Rizzi/CMFI

Engenheiro representante do consórcio JL/Planaterra/Iguatemi, Whelinton Meni disse que a execução segue o projeto que foi aprovado, porém que as construtoras tentam minimizar problemas. “Sobre as passagens, nós não temos autonomia, a gente só executa”, realçou.

Já o engenheiro Marcus Arantes, representante do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que administra a obra, abordou os acessos e transtornos. “Temos um limite de execução de obra no que foi pactuado. Não temos autonomia para alterar o projeto definido pelo DNIT [órgão federal]”, expôs.

Proponente da audiência, Dr. Freitas (PSDB) citou o exemplo de outros empreendimentos que impactaram moradores. “A rodovia BR-277 separou a cidade. Não queremos que isso aconteça agora com a perimetral. Depois que construiu é muito difícil ajustar”, pontuou.

O secretário municipal de Planejamento e Captação de Recursos, Andrey Bachixta, ressaltou que o projeto foi feito pelo governo federal na gestão passada. “Era para ser uma perimetral, e agora é uma transversal, porque o traçado foi alterado”, frisou.

Segundo ele, a prefeitura irá licitar, nos próximos meses, obras complementares. “Contemplam solução viária para a perimetral como as marginais e os acessos. Estamos elaborando termo de referência. O trecho 1 é das penitenciárias. O trecho 2 é região da Mata Verde, que está bem problemática. A outra região que vamos fazer intervenções é a do Porto Meira”, narrou.

Críticas dos moradores

“Sou morador do Floratta, e o bairro foi cortado ao meio. Temos observado inundações, as vias que estão sendo usadas não estão aguentando. No meu ponto de vista, está faltando o Ibama aqui, porque o órgão que fiscaliza é o licenciador.”
Fernando Siveli, servidor público federal

“Nós não fomos ouvidos, se esqueceram das pessoas.”
Vilmar Kreling, morador do Mata Verde

“Uma perimetral precisaria ter acessos restritos. A responsabilidade da obra é de quem fez o projeto e de quem financia. O projeto é de dez anos atrás e precisaria ter passado por revisão. A gente precisa urgente de um instituto de planejamento da cidade, com participação popular.”
Patrícia Zandonade, moradora do Mata Verde

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3 Comentários
  1. Edson Diz

    Na verdade essa perimetral leste tinha que ser igual o rodo anel em sp , na cidade de Itaquaquecetuba, Poá, uma via aérea , por baixo ficava livre os acessos.

  2. Élio Junior Diz

    E o que vai ser do Porto Meira? Se os bairros anexos a perimetral leste estão com esses problemas, quais problemas o Porto Meira vai ter?

  3. Ale Diz

    Aqui em Foz o problema é que querem fazer um acesso para bairros a cada 100 metros como se rodovia fosse uma avenida comum de cidade; agora, depois de anos do projeto pronto e com a construção indo em frente perceberam que haveria dificuldade de acesso em alguns bairros? O jeito é tentar arranjar espaços para no futuro serem feitas trincheiras em algumas ruas (como a Francisco Fogaça, por exemplo), pois não dá para fazer viadutos e cruzamentos em nível na rodovia em todo lugar que alguém ou alguns achem que deva ser feito.

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