Com o envio de mensagens, vídeos e documentos, leitores acionaram a redação do H2FOZ para relatar situação de perturbação de sossego gerada pela passagem frequente de uma aeronave sobre locais da Região Norte de Foz do Iguaçu, como em partes dos bairros Lancaster, Ipê e condomínios Terras Alpha I e II.
A reportagem esteve em dois fins de semana na área em questão, constatando o sobrevoo, em diferentes altitudes, de um monomotor Cessna Caravan operado pela empresa FlyFoz, que promove saltos de paraquedas tendo como base o Aeródromo Estância Hércules, no Porto Belo.
Conforme o relato de um dos afetados, que pediu para ter a identidade preservada, o problema teve início no último trimestre de 2020. Anteriormente, os saltos eram feitos por outra empresa, que empregava uma aeronave menor, do tipo Cessna 206, cujo ruído não chegava a chamar a atenção dos moradores.
“Ocorre que a rota passa em cima da nossa residência, produzindo um barulho perturbador, especialmente aos sábados e domingos, iniciando suas atividades aproximadamente das 9h às 19h, além de também em alguns dias durante a semana”, contou o leitor.
Segundo ele, em dezembro de 2020, após consultas à Polícia Militar e ao Destacamento de Controle do Espaço Aéreo, foi protocolada uma queixa na Ouvidoria-Geral da Prefeitura de Foz do Iguaçu. Em 20 de janeiro de 2021, o caso foi enviado à Secretaria Municipal da Fazenda para fiscalização e tomada de providências.
Em paralelo, um dos reclamantes procurou o Ministério Público do Estado do Paraná, cuja 9ª Promotoria de Justiça determinou, em 5 de fevereiro de 2021, a abertura de um procedimento de verificação. O pedido do autor da Notícia de Fato é para que a rota hoje utilizada para os voos passe por adaptações.
Tanto a apuração do Ministério Público como o protocolo na prefeitura ainda estão em aberto. No âmbito municipal, a última movimentação aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2021, quando o processo foi repassado da Divisão de Fiscalização de Licenças, que não constatou irregularidades, para a Divisão de Fiscalização de Posturas.
Outro lado
Procurada pelo H2FOZ, a empresa FlyFoz disse seguir todos os procedimentos de subida e descida de aeronaves aprovados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo para o Aeródromo Estância Hércules, cujo Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) está ativo.
A companhia também informou que seus pilotos são profissionais com experiência nesse tipo de operação e que os protocolos de redução de impacto são estritamente observados. A documentação para atividades como os saltos de paraquedas, iniciadas em outubro de 2020, está em dia.
Confira, abaixo, a nota oficial emitida pela empresa:
Nota de esclarecimento
A FlyFoz vem por meio desta esclarecer à comunidade da região onde opera, que tem recebido informações referentes aos “ruídos” supostamente causados por conta de suas operações a partir do Aeródromo Estância Hércules (SSFE).
Importante informar que o mencionado aeródromo está devidamente registrado junto às autoridades aeronáuticas, bem como seu Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) está ativado, e que devido às suas características, este funciona apenas em condições visuais e durante os horários entre o nascer e o pôr do sol.
Quanto as nossas aeronaves, essas estão inseridas entre as mais silenciosas de sua categoria, sendo que são pilotadas por profissionais habilitados e que obrigatoriamente observam os perfis de subida e descida aprovados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), os quais preveem exatamente reduzir seu impacto sobre os locais que sobrevoam.
Assim, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos, tanto junto à comunidade, bem como às autoridades em geral.
Foz do Iguaçu, PR, aos 28 de abril de 2021.
FlyFoz Paraquedismo
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