O leilão realizado pela Itaipu Binacional de 17 casas desocupadas nas vilas A e B aumenta a expectativa sobre a venda de 860 imóveis ocupados. O debate gira em torno do formato utilizado para a venda, que resultou no arremate com aumento médio de 40% sobre o valor inicial da avaliação.
REPORTAGEM COMPLETA
* Leilão da Itaipu Binacional com ágio de até 74% acende alerta para venda de casas ocupadas
* Moradores querem a negociação direta na venda das casas da usina
* Sinefi defende participação de funcionários em leilão de imóveis
* Itaipu responde às questões levantadas por entidades
* Itaipu afirma que alienação por leilão segue os princípios da boa administração pública
A localização e o tamanho dos terrenos numa das regiões mais nobres da cidade foram decisivos para atrair o interesse de compradores. Em muitos casos, as más condições de conservação e o total de área construída acabaram deixados em segundo plano na hora de “bater o martelo”.
Localizada na Avenida Garibaldi (antiga Avenida 9), uma casa de 111m², num terreno de 636m², foi avaliada inicialmente em R$ 478,9 mil. O imóvel acabou comercializado por R$ 835 mil – ágio de 74% em relação ao valor mínimo. Veja abaixo a tabela completa.
O mesmo aconteceu com uma casa de 194m² em terreno de 1.005m² na Rua da Palmeira. Avaliado em R$ 626,2 mil, o imóvel foi arrematado por R$ 1,04 milhão (alta de 66%). Outro exemplo: casa de 69m² num terreno de 747m² na Rua Maraguai, que largou de R$ 268,6 mil e acabou vendido por R$ 430 mil (alta de 60%).
A venda por leilão é alvo de críticas por parte dos moradores de casas que pertencem à Itaipu Binacional (em sua maioria cedidas onerosamente para servidores municipais, estaduais e federais). Já a regra para participação no processo é questionada pelo sindicato de funcionários da usina. A direção da hidrelétrica defende a lisura do processo.
Imóveis têm contrato de cessão onerosa
De 2004 até 2021, a Itaipu Binacional alienou 1.330 imóveis residenciais localizados nos conjuntos habitacionais A e B. Ainda restam 976 bens para alienação. Desse total, 860 casas habitadas aguardam os estudos a partir do ano que vem. As 116 restantes estão ocupadas por órgãos públicos e também passarão por análise.
Esse lote maior de imóveis está habitado por servidores municipais, estaduais e federais (da prefeitura, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal etc.). Com esses moradores, a Itaipu Binacional tem contrato de cessão onerosa (uma espécie de aluguel cujas cifras estão fixadas abaixo do valor de mercado).
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