O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entregou os primeiros resultados do Censo 2022. Em Foz do Iguaçu, com a visita a todas as casas, o número de habitantes é de 285.415 pessoas – crescimento de 11,5% em 12 anos.
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Coordenador de Área do censo, Alex Castagnaro foi entrevistado no programa Marco Zero, do H2FOZ e Rádio Clube FM 100,9. Ele falou das dificuldades que precisaram ser superadas, agradeceu à população iguaçuense a participação e elogiou os recenseadores que saíram às ruas.
ENTREVISTA MARCO ZERO
Para ele, a contagem populacional não trouxe surpresa, acompanhando indicativo já verificado na formulação dos mapas usados para o censo. Enfatizou a confiabilidade dos dados. “Todos os domicílios de Foz do Iguaçu têm registro do IBGE”, disse.
O profissional explicou que o processo de contagem segue critérios técnicos e científicos. “Em toda operação censitária, nosso compromisso é passar em todas as moradias e fazer o questionário, para se chegar à população real do município”, destacou.
Em geral, uma pessoa informa os dados de todos os moradores. Caso a equipe não tenha conseguido encontrar ninguém em determinada moradia, após tentativas, ocorre a imputação de informações com critérios estatísticos e a partir do contexto daquele lugar.
Conforme Alex Castagnaro, o crescimento da cidade no percentual verificado pelo IBGE foi em todas as regiões. Em breve, mencionou, será divulgado o detalhamento do número de iguaçuenses por bairro, não mais por setor censitário como era feito.
Os censos de 2000 e 2010 mostraram Foz do Iguaçu estagnada. “Agora, nessa última década, nota-se que a cidade voltou a crescer, assim como o número de domicílios, que hoje são 116 mil, entre os que estão ocupados, vagos ou de uso ocasional”, pontuou.
Olhares
De acordo com o integrante o IBGE, cidades da Região Oeste, como Medianeira e Itaipulândia, cresceram em percentuais maiores por conta da economia, com unidades de cooperativa de alimentos instaladas. Para ele, Matelândia será a próxima a passar por forte expansão.
Sobre Foz do Iguaçu, Alex chama atenção para a “redução significativa” do número de pessoas por casa: 2,82. Isso significa que a cada cem casas existem 282 pessoas morando, ante 322 residentes registrados no Censo 2010.
“É uma diferença significativa, mas uma realidade já vista no dia a dia, de famílias com menos filhos ou sem filhos”, expôs. Ele frisou esse dado porque, no futuro, pode ocorrer a inversão da pirâmide etária, com menos jovens e mais idosos em Foz do Iguaçu.
População flutuante
Na entrevista, Alex Castagnaro explicou a chamada “população flutuante”. Afirmou que a pessoa que visita a cidade, ainda que por um período prolongado, e um estudante que diga morar em outra cidade não são considerados habitantes de Foz do Iguaçu.
“A gente pode observar, sim, movimento de uma cidade com mais habitantes. Mas essa população flutuante, pelos critérios que devemos seguir, não se considera e não é contada como moradora”, reforçou. Mesmo que esse contingente use serviços públicos durante a permanência, realçou.
Fluxo migratório
O representante do IBGE citou que o Censo 2022 incluiu no questionário perguntas sobre a migração. Com a sua divulgação, futuramente, será possível entender quem forma os 30 mil moradores a mais em Foz do Iguaçu, que se somaram em mais de uma década.
“Vai dar o panorama se houve fluxo migratório ou crescimento vegetativo, conseguirá dizer se essas pessoas vieram de outros locais ou não”, sublinhou Alex Castagnaro. Com essa radiografia, por exemplo, será possível compreender a contribuição das faculdades de Medicina no Paraguai para a fixação de residentes em Foz do Iguaçu.
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