
Artistas locais e setores da população criticam os gastos para a produção do Carnaval de Foz do Iguaçu deste ano. Os questionamentos são direcionados principalmente à contratação de dois grupos: Turma do Pagode e os sertanejos Pedro Paulo & Alex.
Ambos os contratos são feitos com inexigibilidade, condição na qual a licitação é dispensada para aquisição de materiais, equipamentos ou serviços que só podem ser oferecidos por um produtor ou empresa. O valor pago ao grupo Turma do Pagode é de R$ 400 mil, e à dupla sertaneja, R$ 210 mil.
A prefeitura diz que a inexigibilidade é uma das modalidades estabelecidas por lei, sendo rotineira a contratação de atrações artísticas dessa forma.
As críticas chegaram ao Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC) e também partiram de leitores do H2FOZ.
Presidente do CMPC, Mirá Rocha diz que o órgão recebeu as queixas por e-mail e telefone. “A classe ficou bastante intrigada em relação ao alto valor.”
Os conselheiros se reuniram para discutir o assunto, e ficou decidido que um documento será enviado à Fundação Cultural, responsável pelo evento, com questões que seriam relevantes para os futuros carnavais na cidade.
Para o Conselho Municipal de Políticas Culturais, os shows do carnaval são importantes, mas também é imprescindível que a população tenha acesso às atrações com disponibilização de transporte gratuito, como também o incentivo do carnaval nos bairros, fazendo com que a economia gerada pelo evento circule em toda a cidade.
“O conselho luta pelo fomento à cultura há muito tempo e a valorização da classe artística”, coloca Mirá. Ela enfatiza que no carnaval é preciso que os artistas locais recebam um “olhar especial”.
Valores não se limitam aos cachês, diz Fundação Cultural
Diretor-presidente da Fundação Cultural, Dalmont Benites afirma que os valores pagos aos artistas estão completos, ou seja, na modalidade show montado, que inclui cachê, passagem aérea, alimentação, hospedagem, camarins, transporte e carregadores.
Ainda segundo ele, a contratação é feita de modo direto, sem intermediários, e que buscou comparar valores pagos aos mesmos artistas em outras cidades. Em São Luiz do Maranhão, por exemplo, uma apresentação da Turma do Pagode, em novembro de 2024, custou R$ 550 mil, frisa.
Benites ainda diz que na programação carnavalesca 35 atrações serão artistas locais. Quanto ao cachê pago aos artistas de Foz, que também tem sido questionado, o valor se refere aos editais já lançados anteriormente, na gestão passada.
Sertanejos em pleno Carnaval
O diretor-presidente ainda menciona que a decisão de contratar artistas de pagode e de sertanejo para o carnaval foi tomada depois de levantamento feito com a população. Para isso, foi realizada uma consulta pública em bairros e associações de moradores via conversas, e-mails e WhatsApp. “Mais de 50% da população preferiu sertanejo.”
Os sertanejos irão apresentar-se no último dia da festa. Conforme Benites, o carnaval terá quatro dias de samba, axé e marchinhas com artistas locais.
A ideia é fazer um show sertanejo festivo, no complexo dos grandes eventos, que compreende as praças Getúlio Vargas, da Paz, o Calçadão da Rio Branco e a Avenida Juscelino Kubistchek. Para as apresentações, serão montados dois palcos: um na JK, chamado 14 Bis, e outro chamado Relógio de Pulso.
O personagem homenageado neste ano durante o carnaval será Santos Dumont.
600 mil em somente 2 bandas que vão tocar 1 hora apenas e sumir no mundo, isso tem cara é de desvio de verbas