A economia de Foz do Iguaçu perde empregos e, a população, oportunidades. Essa é leitura do Observatório Social em Foz do Iguaçu, a partir de seu estudo mostrando mais de 70% dos recursos em licitações municipais levados a pregão são “exportados” para outras cidades do estado e do Brasil.
Nas contratações de produtos e serviços por pregão, concorrência e tomada de preços, em 2021, que chegaram a R$ 253 milhões, verificou-se que somente R$ 58,8 milhões foram vencidos por empreendedores da cidade, o que representa 23%. Foi um leve aumento em relação ao ano anterior, que ficou em 20%.
O diagnóstico completo analisou a totalidade das licitações de sete órgãos municipais, incluindo prefeitura, Câmara de Vereadores e Hospital Municipal. Revela que o “valor das contratações públicas que permanece na economia local segue sendo um desafio”, frisa o Observatório.
“Esse estudo mostra que ainda temos muito a fazer, principalmente em ações governamentais”, avalia o presidente do Observatório Social em Foz do Iguaçu, Jaime Nascimento. É preciso iniciativa do poder público para a retenção do dinheiro público de compras na própria cidade.
Todos os procedimentos
Os 883 procedimentos do poder público local em 2021, incluindo as chamadas “contratações diretas” – que não são licitações propriamente ditas – , chegaram a R$ 323,8 milhões. As três maiores despesas foram para:
- contratação de serviços: R$ 47 milhões;
- compra de gêneros alimentícios: R$ 37 milhões; e
- serviços de saúde: R$ 26 milhões.
Do montante total, ficaram em Foz do Iguaçu 35% desses recursos, 34% foram para outras cidades do Paraná e 30% contemplaram outros estados, sendo São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais as três unidades da federação que mais fecharam negócios no município.
Observamos que determinados grupos, políticos ou sociais dominam o cenário local. Muitos estão ligados a grupos políticos e aí que começa o embroglio. Não se dá chance a um grupo ou empresário, por que em algum momento, ele apoiou, deu preferência, patrocinou ou simplesmente esboçou sua opinião. Ou por afinidade e até compromisso se age desta forma, não dando chance dos locais provarem sua competência, o desenvolvimento ou a geração de renda e emprego aos munícipes.