Objetivo é a preservação de área natural, remanescente da Mata Atlântica; prefeitura prepara licitação para “obras básicas” no local.
Após reunião com ambientalistas e defensores do meio ambiente, o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP) decidiu que protocolará pedido de tombamento da área do Zoológico Bosque Guarani. Esse mecanismo de proteção está previsto na Lei Municipal nº 4.470/2016, do Patrimônio Cultural, Histórico, Artístico e Ambiental de Foz do Iguaçu.
Fechado em toda a pandemia, há quase dois anos, o zoo público está sendo desativado pela prefeitura, com a transferência de 150 animais – restam cerca de cem para a remoção completa – para equipamentos em Foz do Iguaçu e outras cidades do país. O CDHMP quer a preservação de árvores nativas, lagos e nascentes.
Com 4,5 hectares, o Bosque Guarani foi criado em 1996, sendo um remanescente da Mata Atlântica no centro da cidade, na frente do terminal de ônibus e próximo da área comercial. Quando estava aberto, era visitado por turistas e moradores, gratuitamente, inclusive como local de descanso de trabalhadores comerciários nos intervalos de jornadas.
De acordo com o CDH, foi definida uma série de encaminhamentos para a “defesa das cerca de mil árvores nativas e quatro lagos, além de duas nascentes” que fazem parte do cenário natural do bosque, pelo levantamento da entidade. A ambientalista Natalie Husson afirmou que “existem ameaças reais ou veladas de violação da área”, lê-se na nota do Centro de Direitos Humanos.
Para os ativistas, “o modernismo, que não leva em conta a preservação, mas sim edificações projetadas com um olhar para fora, podem destruir o pulmão verde”, expõe o comunicado à imprensa. A instituição também deverá acionar o Ministério Público para que o órgão faça o acompanhamento dos encaminhamentos.
O que será?
O futuro do Bosque Guarani foi debatido por Pablo Mendes, responsável administrativo do zoo, e Edinardo Aguiar, diretor de Captação de Investimentos, Projetos e Inovação da Secretaria Municipal de Turismo e Projetos Estratégico. A abordagem ocorreu no programa Marco Zero, da Rádio Clube FM e portal H2FOZ (clique aqui para assistir a entrevista na íntegra).
“A área tem toda a condição de se tornar um bosque urbano, de uso público, como tantos que a cidade tem”, informou Edinardo. “O futuro que se tem [para a área] é transformá-lo em espaço de visitação de passeio e de observação de aves livres”, afirmou, complementando que a comunidade deverá ser consultada quanto a projetos no local.
Segundo ele, a prefeitura recebeu recursos federais de uma emenda parlamentar para reparação de áreas de interesse turístico. O valor é de aproximadamente R$ 560 mil. Nos próximos dias, deverá ser publicado edital para “obras básicas”, em uma primeira fase, e depois será conduzida a remodelagem mais ampla do bosque.
Comentários estão fechados.