Dinheiro do leilão de imóveis desocupados vai para moradia popular, afirma diretor da Itaipu

Iggor Gomes Rocha, diretor-administrativo da binacional, também abordou situação das casas ocupadas da Vila A; assista à entrevista.

Nesta terça-feira, 1.º, às 14h, a Itaipu Binacional levará a leilão 48 imóveis desocupados. Novos certames deverão ser realizados até ser totalizada a venda de cem bens que hoje não são ocupados.

O diretor-administrativo da empresa, Iggor Gomes Rocha, explicou como funcionará o leilão e a destinação dos recursos. Ele também abordou a situação de outros 900 imóveis da Vila A, em que há moradores há décadas.

Assista à entrevista:

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De acordo com Iggor, todo o dinheiro proveniente desse e de outros leilões será destinado à moradia popular e infraestrutura. O objetivo é contribuir para diminuir o déficit habitacional que existe em Foz do Iguaçu.

“É um programa bastante robusto, faz parte da retomada da responsabilidade social, setor que foi desmobilizado na gestão passada”, afirmou. “E moradia é um dos nossos pontos centrais”, pontuou Iggor.

O diretor frisou que a Itaipu atua em três frentes. São elas: utilização dos recursos dos bens leiloados, tratativas com a Caixa Econômica Federal para empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida, e doação de imóveis da União.

Em nível municipal, a parceria é com o Instituto de Habitação, o Fozhabita, em torno de um projeto habitacional local. Na entrevista, Iggor Gomes Rocha comentou sobre a lista com seis mil iguaçuenses à espera de moradia.

“É um número bastante significativo, o terceiro ou quarto maior déficit habitacional do Paraná”, contextualizou. A contribuição da binacional, ressaltou, visa a “baixar significativamente” esse indicador.

“É um número bem acima de outros municípios, até com receitas menores que Foz do Iguaçu”, avaliou. “É preciso ser mais criativo, pensar em mais projetos de como diminuir uma lista tão grande”, sublinhou Iggor.

48 imóveis a leilão

Aberto a pessoas físicas e jurídicas, o leilão desta terça-feira será em formato híbrido, presencial e on-line. Oferta de lances e informações estão reunidas nos sites da Itaipu e do leiloeiro.

Os bens serão vendidos em lotes individuais. A principal vedação de participação é para empregados da usina, a fim de não infringir termos éticos da política de compliance, disse o diretor-administrativo da Itaipu.

Os lances iniciais dos imóveis vão de R$ 160 mil a R$ 920 mil. Embora não seja um parâmetro preciso, é projetado um ágio, que é o aumento do primeiro preço, de 35%, na média.

“Nossa expectativa é muito grande em relação à participação”, revelou Iggor Gomes Rocha. “Há uma variedade de imóveis, alguns chegam a ter mais de 900 metros quadrados, em boas posições na cidade.”

Casas da Vila A com moradores

Segundo o diretor da Itaipu, a situação dos mais de 900 imóveis da Vila A com moradores é um dos temas mais sensíveis para a empresa. Está sendo construída uma proposta, declarou.

A empresa, disse, está mantendo reuniões com procuradoria, Caixa, Câmara de Vereadores, Centro de Direitos Humanos e outras instituições. A intenção é “colher percepções e sugestões para construirmos um processo que envolva os imóveis ocupados”, enfatizou.

“Podemos falar, abertamente, sem politizar, que o modelo adotado pela gestão anterior era problemático”, refletiu. “Não vamos colocar ocupantes das casas para disputar com empreiteira, com o mercado. Esse modelo não vamos adotar”, antecipou.

A solução será pelo olhar da responsabilidade social, comprometeu-se. Para ele, o programa habitacional da Itaipu envolve as pessoas que hoje moram nas casa da Vila.

“Seria absolutamente contraditório ter começado a nossa conversa falando sobre déficit habitacional e terminar sobre pessoas que precisariam sair de suas casas”, reforçou. “Nós queremos ajudar na solução ao déficit de moradias”, concluiu.

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