Câmara defende mais debate sobre reforma da Previdência proposta pela prefeitura

Servidores acionaram vereadores para que projeto não tramite “a toque de caixa”, sem contrapropostas das entidades sindicais.

Dois movimentos na Câmara Municipal, nesta quinta-feira, 8, convergem pelo pedido à prefeitura por mais tempo de debate para a tramitação do projeto de reforma da Previdência em Foz do Iguaçu. A proposta de mudança é de iniciativa do prefeito Chico Brasileiro (PSD).

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Parlamentares se reuniram com o secretário municipal de Administração, Nilton Bobato (MDB), após as sessões em que foram discutidas alterações na minuta. Em nota, o Legislativo afirmou defender a ampliação do debate em torno do projeto de reforma.

“Novas reuniões devem ser feitas com vereadores e também com representantes do Sismufi e Sinprefi nos próximos dias”, enfatizou a Câmara Municipal. O diálogo está previsto “até chegar a um consenso sobre o projeto”, completou a assessoria.

Também nesta quinta-feira, dirigentes sindicais visitaram os gabinetes e entregaram ofício aos vereadores para que projeto não tramite “a toque de caixa”, sem contrapropostas das entidades sindicais. Em assembleia, os servidores rejeitaram a proposta como foi apresentada pela prefeitura.

Liderados pelo Sismufi e Sinprefi, servidores desaprovam a proposta por considerá-la uma adesão à reforma da Previdência feita pelo governo federal em 2019. Apontam que, “em regra geral, aumenta tempo de contribuição e idade para aposentar”, diz a nota do Sinprefi.

O funcionalismo é contra taxar aposentados e pensionistas sobre o valor que exceder R$ 3,6 mil – hoje, esse teto é de R$ 7 mil. As entidades sustentam que o cálculo do benefício não garante a mesma renda ao servidor da ativa quando se aposentar.

A regra de transição também é questionada. “Levando-se em conta atividades desgastantes como de zeladoras e merendeiras, que tenham contribuído 25 anos, por exemplo, teriam que trabalhar mais 10 anos a partir da reforma proposta (idade mínima de 62 anos, mulher; e 65 anos, homem)”, anota o Sinprefi.

Câmara divulgou nota em seu portal institucional – Foto: Reprodução

A administração afirma que a reforma é inevitável para o município não “quebrar” em julho de 2023, já que há um rombo estimado em R$ 2,25 bilhões, ocasionado pela falta de contribuição patronal entre 1993 e 2006. Por esse motivo, não teria sido criado um “caixa” para arcar com os custos das aposentadorias dos servidores hoje.

Diz a gestão de Chico Brasileiro que, para equilibrar o sistema previdenciário, servidores e a sociedade deverão sustentar as modificações. A prefeitura aumentaria a contribuição patronal em 1% a cada ano, chegando a 28% em 2035, e ao funcionalismo recairiam as novas regras propostas pelo Executivo.

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1 comentário
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