A Vila A – ou Bairro A, como é agora a nova nomenclatura – vai ser o primeiro bairro inteligente do Brasil. O projeto, lançado nesta terça-feira, 18, deve começar até o final do ano, com prazo de execução de 36 meses.
Uma das três vilas criadas para abrigar os trabalhadores durante a construção de Itaipu, o bairro ganhará tudo o que há de mais moderno em áreas como segurança pública e mobilidade. Mas o projeto quer também atrair empresas de área tecnológica para Foz do Iguaçu, transformando o bairro num ambiente de testes e validações de tecnologias na área de Cidades Inteligentes.
A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Itaipu Binacional, o Tecnológico Itaipu (PTI-BR), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Prefeitura de Foz do Iguaçu, e integra as ações do Programa Acelera Foz, com o objetivo de diversificar a economia da cidade e torná-la um polo de inovação e empreendedorismo.
Inicialmente, serão instaladas dez tecnologias, com um investimento de mais de R$ 10 milhões (sendo R$ 6 milhões da ABDI e R$ 4 milhões da Itaipu).
“É a realização de um sonho, que é transformar a Vila e, por indução, toda Foz do Iguaçu, em uma área de projetos inteligentes, em que podemos integrar uma série de iniciativas que estão em curso, em áreas como infraestrutura, segurança pública e sustentabilidade, visando, principalmente, a qualidade de vida e o bem-estar do cidadão”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, durante a solenidade de lançamento do projeto, no Centro Executivo da Itaipu Binacional.
Ele destacou os diversos investimentos que a empresa vem realizando em Foz, como a reforma do Aeroporto Internacional, a duplicação da Rodovia das Cataratas e a construção da Ponte da Integração, além de outras melhorias na própria Vila A, como a revitalização do Gramadão, ciclovias e o mercado municipal.
Tecnologias
Na primeira fase doprojeto Vila A Inteligente serão instaladas soluções em quatro áreas temáticas. A primeira, de Segurança Pública, envolve luminárias inteligentes com monitoramento de pessoas por reconhecimento facial e monitoramento de veículos por reconhecimento de placas. Na área de Mobilidade, o bairro vai contar com semáforos, pontos de ônibus e estacionamentos inteligentes.
Já na área Ambiental, serão implementadas tecnologias para o monitoramento climático e ambiental da Vila A. A quarta área, de Integração com a Comunidade, abrange a disponibilização de rede wi-fi pública e o desenvolvimento de um aplicativo com funções como botão de pânico, acompanhamento da rota dos caminhões de coleta seletiva e informações sobre o transporte coletivo.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou que esteve em Foz no último mês de dezembro para o lançamento do Fronteira Tech, projeto que envolve tecnologias ligadas à Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial, para incrementar a segurança pública na área da Ponte da Amizade e Aduana da Receita Federal.
“Agora, retornamos para este novo projeto, que consolida um momento importante para Foz do Iguaçu, para a atração de empresas e o desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.
Sandbox
Para viabilizar a implementação da iniciativa, a Prefeitura publicou no dia 25 de junho de 2020 o Decreto nº 28.444, instituindo o “Programa SandBox”, que regulamenta no município a instituição de ambientes experimentais de inovação científica, tecnológica e empreendedora, sob o formato de bancos de testes regulatórios.
“O município não poderia deixar de apoiar essa iniciativa tão importante para o futuro e para o processo de recuperação econômica que tanto desejamos para Foz do Iguaçu”, disse o vice-prefeito Nilton Bobato, representando o prefeito Chico Brasileiro na solenidade de lançamento do projeto.
O termo SandBox é utilizado na área de tecnologia da informação e corresponde a um ambiente isolado, específico para testes de uma aplicação, o que oferece às empresas inovadoras a possibilidade de operação, em condições e prazos determinados.
A expectativa do Vila A Inteligente é que a instauração desse ambiente impulsione a geração de novos negócios e que atraia mais de 20 novas empresas e startups, além de quatro empresas âncoras (de médio e grande porte). Swrão geradas centenass de empregos diretos e indiretos. A intenção é que o modelo possa ser replicado para outros bairros de Foz do Iguaçu e em outras cidades do Brasil.
Laboratório Vivo
O Parque Tecnológico Itaipu e a ABDI vêm trabalhando em parceria no tema de Cidades Inteligentes desde 2018, quando foi instalado no PTI o Laboratório Vivo de Cidades Inteligentes, como um espaço de validação de tecnologias que funcionam como uma vitrine para auxiliar a tomada de decisões de gestores públicos em relação aos benefícios das soluções.
O Centro de Controle de Comando e Controle (CCO) do Laboratório do PTI, onde são administradas todas as informações geradas pelas tecnologias, será integrado ao CCO da Vila A.
“Esta é uma oportunidade muito relevante”, afirmou o diretor superintendente do PTI, general Eduardo Castanheira Garrido Alves.
“Já vínhamos desenvolvendo algumas tecnologias de Cidades Inteligentes dentro do PTI e agora é o momento de testá-las em um ambiente urbano com todas as peculiaridades do seu dia a dia. É também uma iniciativa alinhada com as orientações do governo federal, de atuar na geração de emprego e renda, e deixar um legado para a população”, concluiu.
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