Foz do Iguaçu, uma cidade de migrantes, imigrantes e emigrantes

População da Terra das Cataratas é composta, desde o princípio, por moradores oriundos de diferentes regiões ou países.

Nas últimas semanas, o debate sobre a migração tomou conta do noticiário em várias partes do globo. Além dos Estados Unidos, países como a Alemanha, por exemplo, protagonizaram manchetes hostis em relação à presença de imigrantes.

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Curiosamente, informações divulgadas pela imprensa dão conta de que mais de 30% da população de cidades como Nova York nasceram fora dos Estados Unidos. Entre esses, há quem esteja legal, há quem esteja ilegal.

O cosmopolitismo, contudo, costuma ser vendido como marca da metrópole, que sedia a Organização das Nações Unidas (ONU) e é vista, por muitos, como uma espécie de “capital do mundo”. Uma das forças de Nova York é, portanto, seu caráter internacional.

De volta à realidade local, Foz do Iguaçu figura como uma das cidades do Brasil com maior percentual de migrantes (nacionais e estrangeiros) na população.

Nascer em Foz, diga-se de passagem, é um fenômeno mais recente, das atuais gerações. A maioria dos moradores com 35 anos ou mais nasceu fora, nas cidades ou países de origem de seus progenitores.

A vida em Foz do Iguaçu é moldada, desde o princípio, pelo fenômeno da migração. Em 1888, véspera da fundação da Colônia Militar, 324 pessoas já viviam aqui, quase todas paraguaias e argentinas (mas não só).

No início do século 20, chegaram migrantes alemães, italianos, japoneses e de outras nacionalidades, bem como de várias partes do Brasil. Posteriormente, ondas migratórias de libaneses, chineses e coreanos, atraídos pelo comércio, ampliaram a diversidade local.

No século 21, Foz do Iguaçu continua um destino atrativo para a migração. Instituições como a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), bilíngue e aberta ao exterior, agregou uma ampla gama de nacionalidades à comunidade iguaçuense.

A cidade também está na rota de imigrantes venezuelanos, cubanos, haitianos e dos vizinhos Paraguai e Argentina, que chegam à Terra das Cataratas em busca de oportunidades.

Migração, imigração e emigração

Assim como recebe, Foz do Iguaçu também envia iguaçuenses (nativos ou adotivos) para outras partes do país e do globo. Afinal, a humanidade não é estática. Migrar de um continente a outro faz parte da nossa história como espécie.

É importante frisar, no entanto, que muitos desses deslocamentos não ocorrem por vontade própria, impulsionados por fatores como falta de oportunidades, guerras e emergências climáticas, como grandes secas que prejudicam a subsistência.

Cada local ou país tem direito a aplicar seus próprios critérios, mas insistir em ideias genéricas e estereotipadas, de que (i)migrantes são “criminosos” ou “terroristas”, pode ser prejudicial para a própria comunidade, que deixa de receber talentos e contribuições.

Você consegue, por exemplo, imaginar Foz do Iguaçu sem a variedade de brasileiros de todas as partes e das 95 nacionalidades que vivem aqui?

Como em tudo, é preciso evitar os extremos e não cair em generalizações ou idealizações. Afinal, amanhã ou depois, o imigrante poderá ser você. No H2FOZ, acreditamos nos benefícios da diversidade e da integração.

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Guilherme Wojciechowski, iguaçuense por adoção, é colaborador do H2FOZ e escreve, aos domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

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