Sobre a cobrança de pedágio nas pontes da fronteira

Concebida em Brasília, proposta precisa ser amplamente debatida no âmbito local, com voz ativa para os moradores da região.

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No último dia 7 de outubro, o jornal O Globo publicou que o governo federal pretende entregar a gestão de 12 pontes fronteiriças do Brasil para a iniciativa privada, por meio de concessões. A remuneração às empresas seria feita com a cobrança de pedágio.

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A notícia citava, nominalmente, a Ponte Internacional da Amizade e a Ponte da Integração, que fariam parte de um único lote; e a Ponte Tancredo Neves, além de outras nove vias de conexão entre o Brasil e os vizinhos de continente.

A informação não teve eco imediato, mas foi respondida com preocupação por entidades como a Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codefoz) e Conselho de Desenvolvimento Trinacional (Codetri).

Em posicionamento difundido no dia 22, as entidades manifestaram a necessidade de que as autoridades locais e a população da região sejam ouvidas e tenham suas considerações levadas em conta, tendo em vista a alta sensibilidade do tema.

Que as pontes da fronteira, altamente trafegadas (exceto a Ponte da Integração, que segue sem data para abertura), precisam de melhorias e manutenção adequadas, não há dúvidas. Seria o pedágio a melhor solução? Ou apenas a mais fácil?

Os detalhes do modelo em estudo ainda são desconhecidos, mas Acifi, Codefoz e Codetri estimam prejuízos para a economia e a integração regional, além de impactos diretos para trabalhadores e estudantes que cruzam diariamente as pontes internacionais.

É importante frisar que a proposta não partiu daqui e nem surgiu de uma reivindicação local, tendo vindo de cima para baixo. Antes de qualquer movimentação, é necessário, também, haver acordos com os países vizinhos, algo que ainda estaria em costura.

Em sua pauta diária, o portal H2FOZ tem como visão a defesa da integração regional, atuando para que brasileiros, paraguaios, argentinos e todos os povos que vivem na fronteira estejam cada vez mais conectados em uma comunidade trinacional.

Acreditamos em uma região com menos barreiras físicas e burocráticas (o que não significa descontrole em relação às atividades criminosas) e mais possibilidades de ganhos mútuos em economia, cultura, relações pessoais e demais aspectos do cotidiano.

Ficaremos de olho no debate sobre o tema. Cobrando, inclusive, para que ele exista.

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Obrigado pela leitura e ótima semana!

Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ e redige, todos os domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

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