Hoje há muita tristeza onde antes era um tapete verde. A grama sintética sucumbiu em meio aos escombros de borracha, pedregulhos e lixo.
Está despedaçada a quadra de grama sintética na Avenida Mario Filho. O abandono é de ferir o coração de qualquer boleiro. O que era verde sucumbiu em meio aos escombros de borracha, pedregulhos e lixo. O cenário ali parece mais o de muitas avenidas e ruas esburacadas de Foz do Iguaçu.
A quadra pouco lembra os dias da molecada batendo uma bola no alto do Morumbi. Sobraram somente o calçado solitário, as folhas sem graça e as linhas brancas sobre os retalhos do verde artificial. Para ser justo, uma trave anda meio escorada na mureta, enquanto a outra virou lenda.
Fosse o campinho uma pelota de capotão, seria possível dizer que resta apenas cair o último gomo para ela “virar suco”. Tudo ali é resquício da arte por onde desfilaram craques, torcedores, técnicos, juízes e cronistas esportivos amadores. De vida, só uma plantinha rasgando o solo.
Na última sexta-feira, um boleiro do local resolveu abrir o bico mais uma vez. Está indignado. Colocou a boca no trombone para dizer que seria melhor ter deixado como era antes: campinho de areia. Pelo menos assim a turma não sofreria pela falta de manutenção do gramado artificial.
Papo reto: a prefeitura é responsável pela manutenção do espaço público, localizado em frente à Igreja Católica Cristo Rei. Apesar dos reclames, os peladeiros da vizinhança desconhecem qualquer tipo de manutenção nos últimos dois anos. Mesmo assim não perdem a fé e se apegam ao último fio de esperança.
Chega de firula! Como a prefeitura é muito engessada, com alguns perebas em posições estratégicas, abrimos a palavra na paralela e na diagonal, liberando as porteiras do portal para a máquina pública chutar a gol. Eis a letra tal como veio a resposta oficial:
“A Prefeitura de Foz do Iguaçu informa que a licitação para a reforma das quadras da Avenida Mario Filho está na fase de abertura de propostas, na qual estão sendo analisados os documentos apresentados pelas empresas habilitadas. Tão logo isso ocorra, será divulgada a empresa que ficará responsável pelas obras. O custo estimado é de R$ 241 mil.”
Atenção, senhor Chico Brasileiro. Toda a geral do Morumbi está com os olhos grudados nessa bola. Povo quer saber aonde essa pelota vai parar. Não pipoque, por favor. “Olha que a cidade toda ficou vazia nesta tarde de domingo só para vê-lo jogar”. Bora lá fazer um gol nesta reta final do segundo tempo.
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