Uma notificação extrajudicial sobre os impactos da Perimetral Leste foi encaminhada por sete associações de moradores das regiões Leste e Sul de Foz do Iguaçu a órgãos locais e federais. No documento, constam inúmeros prejuízos causados pela obra, incluindo sociais, econômicos e ambientais. As entidades representam cerca de dez mil pessoas.
O documento foi direcionado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Prefeitura de Foz do Iguaçu e Itaipu Binacional.
Conforme os moradores, a iniciativa não visa a impedir a construção da rodovia, mas “garantir que seja observado, em todas as etapas, os estudos e impacto ambiental e de vizinhança entre outros, que envolvem a autorização para a construção, de maneira a mitigar danos”.
Eles ainda requerem 13 documentos para entender o projeto da perimetral, incluindo o estudo de impacto ambiental, passagem de fauna, estudo de nascentes e afluentes, autorização de desmatamento e cronograma de execução.
Cada bairro tem problemas específicos. Na região do Cognópolis, os moradores foram surpreendidos pelo fechamento da Felipe Wandscheer, cuja previsão é durar cerca de um ano.
Eles também reclamam da falta de manutenção da Avenida Maria Bubiak, que passou a ser via alternativa de trânsito. Até mesmo os caminhões da empresa responsável pela obra passam pela avenida e a danificam.
“À noite, está impossível de transitar na Maria Bubiak, não há segurança. Ficamos decepcionados com a gestão de Foz do Iguaçu”, diz a presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Cognópolis (AMAC), Rosa Dias.
No Mata Verde, os moradores dizem estar isolados, sem acesso ao bairro São Roque e ao comércio local. Uber e táxi evitam ir ao local, e há dificuldades para o trânsito do SIATE. Crianças e adolescentes precisam andar de quatro a cinco quilômetros para pegar ônibus na Avenida das Cataratas.
O documento lista, de modo pormenorizado, os inúmeros impactos causados pela obra e coloca um prazo de 30 dias para as autoridades se manifestarem.
Impactos sociais
- Deslocamento da população vulnerável: a interdição de vias de acesso para as obras inviabiliza o deslocamento de idosos e crianças, dificultando o trânsito para serviços de urgência e emergência. Transporte escolar está interrompido.
- Serviços públicos e privados: a periodicidade da coleta de lixo foi reduzida e há recusa de entregas por parte de farmácias, restaurantes e motoristas de aplicativos.
- Segurança pública e de trânsito: as vias alternativas de trânsito são precárias, não têm segurança, sinalização e iluminação adequadas.
Impactos ambientais
- O intenso trânsito de veículos pesados e maquinários torna-se um risco para os moradores e destrói o asfalto das Avenidas Maria Bubiak e Felipe Wandscheer.
- Assoreamento de nascentes: inúmeras nascentes foram aterradas.
- Desmatamento: fragmentos florestais foram desmatados e não há informações sobre obras que promovam a passagem de animais (aéreas ou subterrâneas) evitando atropelamentos.
- Drenagem: propriedades particulares têm sido inundadas em razão de alterações significativas nas drenagens de águas da chuva, nascentes e córregos.
Impactos econômicos
- Queda nas vendas: alguns comerciantes registram queda de até 40% no movimento em razão do trânsito de veículos pesados e a interrupção de ruas.
- Desvalorização de imóveis: imóveis estão sendo desvalorizados e há dificuldades de locação devido ao aumento da circulação de caminhões e maior exposição a ruídos, quando a obra for concluída.
Como solução para os problemas, os moradores elencam ações que podem ser feitas: desvios adequados para vias residenciais com infraestrutura com intuito de evitar acidentes, segurança viária com redutores de velocidades, rotas alternativas planejadas, manutenção das ruas que servem como desvio, reforço na fiscalização, criação de um canal direto de comunicação entre a prefeitura, a construtora responsável e os moradores.
Os moradores também solicitam a recuperação das seguintes vias de trânsito:
Avenida Maria Bubiak (marginal e perimetral)
Asfaltar e liberar acesso entre as ruas Pedro Tafarel e Francisco Fogaça, em direção do Blue Park.
Asfaltar o acesso da Rua Martin Nieuwenfoff até a Rua Carlos Urnau.
Implantar drenagem provisória da perimetral com as avenidas Felipe Wandscheer e Maria Bubiak.
Sinalizar e iluminar.
Segurança viária e redutores de velocidade para facilitar e proteger pedestres, ciclistas e motoristas.
Transporte público: evitar alteração de rotas sem consulta prévia.
Rotas alternativas planejadas.
A notificação está assinada pelos seguintes presidentes de associações de bairros:
Rosa Dias, Associação de Moradores e Amigos do Bairro Cognópolis (AMAC);
Márcia Porto, Associação de Moradores do Bairro Cohapar II;
Noel Dias Duarte, Associação de Moradores do Dona Fátima e Dom Miguel;
Edson Teixeira, Associação de Moradores do Bairro Jardim Cataratas;
Vilmar Kreling, Associação de Moradores do Bairro Mata Verde;
José do Arte, Associação de Moradores do Bairro São Roque;
Elisiane Harms, Associação de Moradores do Três Pinheiros.
PARABÉNS PRA ESSA PREFEITURA E O DESGOVERNO ATUAL,VCS AINDA ACREDITAVA QUE O PT IRIA TERMINAR ESSA OBRA!? VCS SAO MUITO INOCENTE ?! ISSO AI É UMA VERGONHA ! SE NAO COBRAR DURAMENTE ,VAI SER UM NOVO ELEFANTE NA CIDADE! VCS ACHAVAM Q TAVA RUIM, IMAGINA AGORA PRA FRENTE!!!!
muito boa a reportagem e a iniciativa das comunidades. Em 2014 já prevíamos todo esse transtorno devido à inadequação na proposta do traçado da Perimetral, mas os interesses gananciosos de políticos cegam o bom senso e abafam a voz da população e de técnicos
Se estão tocando no ritmo que está indo a JK só em 2030 vai tá pronto esse negócio.