Cultura latina é a cultura dos povos oriundos da cultura da Roma Antiga. Por regra, seriam povos herdeiros de idiomas derivados do latim vulgar. Referenciais da cultura latina podem ser os povos hispanófonos (de língua castelhana), lusófonos (de língua portuguesa), os povos de língua galega, língua catalã, língua aragonesa, língua leonesa (esses todos dentro do território atual da Espanha), francófonos (de língua francesa), os povos de língua romena e italófonos (de língua italiana).
A cultura latina está dividida em:
- Primeira Geração: povos herdeiros da Roma Antiga, hoje extinta;
- Segunda Geração: povos colonizados por Roma, a Europa Romana;
- Terceira Geração: povos americanos colonizados pelos povos da Segunda Geração, especificamente Espanha e Portugal e com forte influência cultural e religiosa católica romana.
Países americanos colonizados pela França, no uso, não são considerados latinos, ora por dividirem a colonização com a Inglaterra (Canadá), ora por não perpetuarem usos e costumes considerados “quentes” em suas colônias.
O Caribe é latino nos países de língua espanhola como Cuba – os demais não são latinos, são apenas caribenhos; por isso usamos o termo “América Latina e Caribe” ao nos referirmos às américas não anglo-saxões.
A Roma Antiga é a mãe do Ocidente tal como temos hoje. Geopoliticamente, hoje – dependendo da doutrina, entendemos que o atual ocidente político são os países do norte das Américas (EUA e Canadá), Europa (excluindo partes do seu leste), Israel, mesmo estando no Oriente Médio, e Coreia do Sul, mesmo estando no bloco oriental (aqui até poderíamos colocar o Japão, mas a coisa complica um pouco para encaixarmos). O ocidente, regra geral, é o bloco político das nações imperialistas que são formatadas por costumes protestantes anglo-saxãos (por isso o Japão não se encaixa aqui).
E nós latinos do sul, o que somos? Pelo conceito político apresentado, nós da América Latina e Caribe e a África, somos considerados periferia pelo Ocidente. Ora por estarmos na chamada modernidade tardia, ora por sermos submetidos ao processo neocolonial pelas potências do norte.
Sabemos que nada temos com o oriente. Talvez o norte da África esteja culturalmente mais para o oriente por conta da influência árabe islâmica. Tirando esse pequeno parênteses, toda América Latina e Caribe e a África formam um bloco não oriental e também não ocidental. O que nos resta é aquilo que sempre soubemos: somos o sul! O mundo atual está dividido entre ocidente, oriente e sul.
Disso, nossa identidade a saber, está intimamente entrelaçada na união não casual e não pacífica de três linhas culturais impactantes: a ibérica (os miseráveis da europa), a indígena (os donos da terra) e a africana (os convidados involuntários que criaram a nação).
Ser latino é ser diverso e solidário. Mesmo nós brasileiros, mais frios interpessoalmente perto dos hermanos, temos a solidariedade como traço marcante da nossa cultura e identidade. Ser latino é ser guerreiro, resignado e inconformado ao mesmo tempo, ser criativo, malandro, esperançoso e desesperado. Ser latino é ser um tipo de humano que luta desde que nasce para se libertar das cadeias impostas pelos demônios do norte. É ser a contradição de fúria e amor no mesmo corpo.
Do orgulho latino e africano depende a construção de um projeto de unidade política e cultural dos dois continentes do sul, e assim caminharmos para a nossa definitiva emancipação enquanto povo, nação, raça e identidade.
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