O Ministério da Economia da Argentina emitiu, na semana passada, a Resolução n.º 4/2025, que libera a exibição, em dólares e outras moedas estrangeiras, dos preços de produtos e serviços no país.
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“O objetivo da medida é facilitar a exibição de preços e dinamizar o comércio para dar maior liberdade de competir, bem como oferecer aos consumidores mais opções na hora de escolher produtos e serviços”, informa a pasta, em comunicado oficial.
A resolução estabelece como condição que “o preço indicado na gôndola [em moeda estrangeira] coincida com o cobrado no caixa”.
A medida anunciada pelo governo da Argentina tem como alvo principal o dólar. Em Buenos Aires, Puerto Iguazú e outros destinos habituados ao público brasileiro, porém, é provável que o real também apareça nas etiquetas dos locais que recebem turistas.
Em paralelo, a Argentina está implementando um sistema de pagamento direto em dólares com os cartões de débito, “sempre e quando os usuários tenham contas em dólares”. O prazo final estipulado para a adaptação dos bancos, conforme o governo, é o dia 28 de fevereiro.
Já os pagamentos com carteiras virtuais também estarão disponíveis em dólares. Nesse caso, o prazo para as empresas aderirem à modalidade irá até o início de abril.
Dolarização da economia argentina
Uma das peculiaridades da economia argentina é o uso do dólar como moeda de poupança. Devido ao histórico de crises no país, muitos cidadãos adotaram o hábito de “guardar dólares no colchão”, como uma espécie de garantia.
A Argentina também tem múltiplas cotações do dólar, criadas ao longo do tempo para taxar ou beneficiar determinados setores. A cotação apelidada de “Dólar Netflix”, por exemplo, foi instituída para regulamentar a cobrança dos serviços de streaming.
No cargo desde dezembro de 2023, o presidente Javier Milei prometeu, durante a campanha, dolarizar a economia local. Milei chegou a falar em extinguir o Banco Central, medida que, até o momento, não tem prazo de implementação.