Eleições: governo argentino perde maioria no Senado e enfraquece na Câmara

Terá, agora, dificuldades para aprovar seus projetos. O presidente já reconhece isso e pediu apoio à oposição.

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Terá, agora, dificuldades para aprovar seus projetos. O presidente já reconhece isso e pediu apoio à oposição.

A pobreza aumentou, a miséria cresceu, a inflação permaneceu nas alturas (50% este ano, até agora) e o resultado não poderia ser outro: a aliança governista Frente de Todos foi mal nas eleições parlamentares da Argentina deste domingo, 14.

O governo perdeu maioria no Senado e está apenas ligeiramente à frente na Câmara de Deputados, o que significa que terá necessidade de negociar com a oposição cada medida que pretenda tomar daqui pra frente.

Mesmo visivelmente chateado, o presidente Alberto Fernández, em discurso, afirmou que, “no menor prazo possível, vou me dirigir aos representantes e às forças políticas para acordar uma agenda. Uma oposição responsável e aberta ao diálogo é uma oposição patriótica”, disse, em mensagem à frente oposicionista Juntos por El Cambio.

Juntos por el Cambio venceu nos principais municípios, inclusive com resultado melhor que nas eleições primárias, onde são escolhidos os partidos e candidatos que podem participar do pleito.

Se nas primárias houve a participação mais baixa desde que foram instituídas, em 2011, não foi muito diferente nas eleições deste domingo: votaram apenas 71% dos 34 milhões de eleitores habilitados. Reflexo de desânimo com uma política que, enquanto alterna entre mais à direita e mais à esquerda, nada consegue no sentido de melhorar a vida dos argentinos. Ao contrário.

Os analistas políticos, segundo o site Infobae, coincidem em que um dos princiapis motivos para a baixa participação nas eleições é o “mau humor social” em relação à polícia em geral. E, em especial, devido às restrições impostas pela pandemia e à deterioração econômica, depois de uma prolongada paralisação nas atividades e do aumento da inflação.

NAS PROVÍNCIAS

A aliança oposicionista Juntos por el Cambio venceu em 13 províncias, enquanto a governista Frente de Todos foi melhor em nove, número que inclui Tierra del Fuego e Chaco, que nas primárias haviam ficado com a oposição. Já as duas províncias restantes, Río Negro e Neuquén, ficam em mãos de forças locais, segundo o jornal Clarín.

A frente de oposição reeditou as vitórias das primárias na província de Buenos Aires, na Cidade de Buenos Aires, em Córdoba, Mendoza, Santa Fe, Corrientes, Santa Cruz, Chubut, Entre Ríos, Misiones, San Luis e La Pampa. Isto é, exatamente nos locais de maior peso eleitoral da Argentina.

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