O Senado da Argentina decidiu, em tumultuada sessão nessa sexta-feira (13), expulsar o senador Edgardo Kueider (Unidad Federal, de oposição), que está detido, desde o último dia 4, no Paraguai, após ser abordado na Ponte Internacional da Amizade.
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Na ocasião, fiscais aduaneiros encontraram, no veículo ocupado pelo senador e por uma secretária, US$ 211.102 (R$ 1,2 milhão), P$ 646 mil (R$ 3,2 mil) e G$ 3,9 milhões (R$ 3 mil) em dinheiro, cuja origem não pôde ser comprovada durante a abordagem.
Conforme a Direção Nacional de Ingressos Tributários (DNIT), do Paraguai, o montante não foi declarado no momento da entrada ou da saída do senador e de sua funcionária em território paraguaio.
Diante do escândalo, dois senadores apresentaram projetos pedindo a expulsão de Kueider do Senado, em processo semelhante ao da cassação de mandato no Brasil.
Após várias horas de debate, a expulsão foi aprovada com placar de 60 votos a favor, seis contra e uma abstenção. O político, que afirma que o dinheiro é legal e pertence à secretária, contestou a validade do ato de expulsão e indicou que irá recorrer.
Defesa de Edgardo Kueider questiona
Um dos questionamentos apresentados por Kueider é que a sessão foi comandada pela vice-presidente Victoria Villarruel. Na Argentina, a vice-presidente exerce, também, a presidência do Senado, coordenando as sessões e votando em caso de desempate.
O problema apontado pela defesa do senador da província de Entre Ríos é que a votação ocorreu no momento em que o presidente da Argentina, Javier Milei, já tinha embarcado em uma viagem para o exterior.
Dessa forma, Villarruel não poderia estar no Senado, pois já estaria exercendo a presidência da República. Assim sendo, na interpretação dos defensores, a votação deveria ter sido conduzida pelo senador seguinte na hierarquia, Bartolome Abdala.