A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentou, na Assembleia Legislativa do Paraná, o relatório das ações do segundo quadrimestre de 2024. A audiência pública foi promovida pela Comissão de Saúde Pública nesta terça-feira, 15.
Foi detalhado o empenho R$ 4,4 bilhões em ações e serviços. Medidas de combate à dengue, redução das filas de cirurgias eletivas, atendimento efetivo a pessoas em situação de rua, ampliação do serviço odontológico, saúde dos idosos e vacinação foram pontos destacados.
O deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da comissão, questionou sobre a possibilidade de estender para outros municípios o Método Wolbachia. Esse procedimento complementar (que soltou os primeiros mosquitos Aedes aegypti com a bactéria que evita que transmitam dengue, zika e chikungunya) ocorre em Foz do Iguaçu e em Londrina.
Turini também manifestou preocupação em relação à ampliação das políticas públicas voltadas à saúde dos idosos, sugeriu um mutirão odontológico e expôs a necessidade de verificar formas de avançar no atendimento às cirurgias eletivas, entre outras ações. “Hoje já temos, em Londrina, 16% da população com mais de 60 anos. Projeções mostram que, em 2050, 30% desses moradores serão idosos”, exemplificou.
A vice-presidente da comissão e líder do Bloco Parlamentar da Saúde Pública, deputada Marcia Huçulak (PSD), mostrou-se preocupada com a dengue.
Ela alertou para o fato de que muitos municípios paranaenses não contam com planos estratégicos para enfrentar esse problema, que costuma crescer no verão, e enfatizou que já há epidemia da doença.
“Precisamos também falar sobre a importância da vacinação”, acrescentou a parlamentar. “Só 17,8% dos municípios com cobertura vacinal adequada em crianças menores de 1 ano. Tivemos óbito por coqueluche, volta do sarampo e estamos sob o risco de casos de paralisia infantil”, detalhou. Na opinião da deputada, há necessidade de uma campanha de conscientização da população sobre a importância das vacinas.
O secretário estadual da Saúde, César Neves, concordou com os parlamentares em relação às preocupações e considerações apresentadas durante a reunião. Sobre o combate à dengue disse que a questão “é altamente preocupante”. Em sua avaliação, todas as medidas tecnológicas disponibilizadas, como o Método Wolbachia, ainda são “extremamente tímidas” e de longo prazo.
Prestação de constas
O secretário da Saúde do Paraná expôs, na audiência pública na Assembleia Legislativa, as ações e serviços realizados de janeiro a agosto deste ano. O valor corresponde a mais de 12% da receita líquida de impostos, informou. Dos R$ 4,4 bilhões empenhados, contabilizou, R$ 3,3 bilhões já foram liquidados.
“Esse empenho de recurso foi um recorde em toda a nossa gestão do mandato do governador Ratinho Junior, com 12,55% da Receita, que perfaz o montante de R$ 4 bilhões”, disse. “É um empenho nunca antes feito, e isso demonstra o zelo, o cuidado e a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde com o dinheiro público e com o aumento na qualidade do atendimento aos paranaenses”, afirmou o secretário.
Segundo o dirigente estadual, a gestão está fortalecendo a atenção primária à saúde (APS). A meta do ano é de 86% de cobertura da APS no Paraná, sendo que o estado já atingiu 91,95%. Os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde atendem à legislação vigente e representam uma síntese dos principais destaques do Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA).
(As informações são da Assembleia Legislativa.)
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