Colônia Militar

A idéia de criar a Colônia Militar na foz do rio Iguaçu mofava no Ministério da Guerra (Exército). Mas em 1888, o ministro da Guerra, ao invés da simples Colônia, optou por algo mais ambicioso. Criou a Comissão Estratégica do Paraná com o objetivo de desbravar e ocupar o Oeste do Estado, particularmente a fronteira, mediante a abertura de estradas, instalações de linha telegráfica e da Colônia Militar. A Comissão não foi muito longe com seus projetos, mas fundou a Colônia Militar na fronteira – marco do início da ocupação efetiva do lugar por brasileiros e do que viria a ser o município de Foz do Iguaçu.

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A idéia de criar a Colônia Militar na foz do rio Iguaçu mofava no Ministério da Guerra (Exército). Mas em 1888, o ministro da Guerra, ao invés da simples Colônia, optou por algo mais ambicioso. Criou a Comissão Estratégica do Paraná com o objetivo de desbravar e ocupar o Oeste do Estado, particularmente a fronteira, mediante a abertura de estradas, instalações de linha telegráfica e da Colônia Militar. A Comissão não foi muito longe com seus projetos, mas fundou a Colônia Militar na fronteira – marco do início da ocupação efetiva do lugar por brasileiros e do que viria a ser o município de Foz do Iguaçu. 

Chefiada pelo Capitão Belarmino de Mendonça, a Comissão Estratégica do Paraná se instalou em Guarapuava. Para a missão de chegar a fronteira e dar início à instalação militar, o capitão Belarmino designou como chefe o engenheiro e tenente José Joaquim Firmino, que faria a viagem do “descobrimento” de Foz do Iguaçu.

Com o grupo de soldados e operários, enfrentando toda sorte de peripécias, a expedição de Joaquim Firmino chegou a Foz do Iguaçu em julho de 1889. Fez um levantamento da população do lugar e identificou 324 pessoas, em sua maioria paraguaios e argentinos. Mas havia também espanhóis e ingleses, já presentes na região e dedicados à extração da erva-mate e da madeira, exportadas via rio Paraná. 

Joaquim Firmino deixou ordens e instruções aos moradores do local e voltou com a expedição para Guarapuava um mês depois de haver chegado. A Comissão Estratégica formou então outra expedição, que voltaria a Foz do Iguaçu para estabelecer definitivamente a Colônia. Para a chefia da nova missão foram nomeados o tenente Antônio Batista da Costa Júnior e o sargento José Maria de Brito. A caravana, formada por 34 soldados, 12 operários civis, 3 mulheres casadas com soldados e 4 tropeiros encarregados de conduzir a tropa de 34 cargueiros, partiu de Guarapuava no dia 13 de setembro de 1889 e chegou ao destino, Foz do Iguaçu, 69 dias depois, em 22 de novembro. 

Já no dia seguinte à chegada, o tenente Batista editou a “Ordem do Dia nº 01”, dando conhecimento à população local e aos vizinhos argentinos e paraguaios que “na Foz do Iguaçu havia autoridade constituída para todos os efeitos legais”. Afixou editais informando que estava sendo iniciada a fundação da Colônia Militar e que tinha competência para distribuir terrenos a colonos interessados.


Percorrendo a região, os soldados encontraram diversos portos às margens do rio Paraná, usados clandestinas por argentinos e paraguaios para embarque de erva-mate e madeira. Também encontraram três portos ingeleses (Britânia, Sol de Maio e Santa Helena). 

O tenente Batista recebera instruções para fundar a Colônia a quatro quilômetros do ponto de encontro dos rios Iguaçu e Paraná e lá erguer um mirante que possibilitasse observações a grandes distâncias. Se as instruções tivessem sido seguidas, a cidade de Foz do Iguaçu teria surgido na área onde hoje se encontra o Colégio Agrícola. Como era época de estiagem e obter água no local indicado era difícil, o acampamento foi montado às margens do rio Monjolo, justamente onde hoje está o centro da cidade, no ponto mais baixo da avenida Brasil. 

Em 20 de outubro de 1892, o Ministério de Guerra desmembrou a Colônia Militar da Comissão Estratégica do Paraná, mas, esta continuava com a responsabilidade de abrir a estrada de Guarapuava até Foz do Iguaçu. Tudo ia bem, mas em 1893 uma horda de derrotados na Revolução Federalista deflagrada no Rio Grande do Sul passou pelo incipiente povoado saqueando, espalhando o terror e forçando a uma debandada geral. 

Nem a Comissão Estratégica, também chamada de Comissão de Estradas, nem a Colônia Militar foram fatores de progresso duradouro para a região. 

O governo federal não aplicou os recursos necessários e passou a Colônia à jurisdição do governo do Estado. De qualquer forma, a presença militar na área teve os méritos de garantir a posse do território pelo Brasil, disciplinar a atividade econômica e dar segurança à população. Além de plantar essa base inicial, a presença do Exército na fronteira seria permanente, chegando a constituir-se numa das principais bases militares no Paraná – o atual 34º Batalhão de Infantaria Motorizado. 

Fonte: Livro Foz do Iguaçu – Retratos, junho de 1997

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